O vereador Wagner Morais (PSDB) revelou, durante a sessão da Câmara de Nova Odessa desta segunda-feira (22), que pessoas da cidade estariam sendo vacinadas contra o novo coronavírus (Covid-19) em Sumaré. A informação foi dita antes da derrubada, por seis votos a dois, do veto do prefeito Cláudio Schooder-Leitinho (PSD) ao projeto que prevê a divulgação diária do nome das pessoas imunizadas no município.

 

O objetivo do projeto é coibir pessoas que podem estar “furando a fila” de vacinação contra o Covid-19. Leitinho justificou o veto alegando que a divulgação “adentra na esfera pessoal do cidadão, ferindo os direitos fundamentais a privacidade e intimidade”. O prefeito diz ter cautela ao divulgar dados pessoais, citando a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

 

Com a assinatura da maioria dos vereadores, foi votado em regime de urgência especial o veto parcial ao projeto do parlamentar. Somente os vereadores Márcia Rebeschini (PV) e Cabo Natal (Avante) votaram a favor do veto. Nem mesmo Antônio Alves Teixeira (o Professor Antônio), do mesmo partido do prefeito (o PSD), o apoiou na manutenção do veto.

 

“Não vejo como grave divulgar os nomes dos vacinados. O triste é termos mil e poucas pessoas vacinadas em Nova Odessa e 5,8 milhões no Brasil”, pondera Professor Antônio. “O Brasil inteiro está se atendando ao ‘fura-fila’ da vacinação. Precisamos garantir a transparência dos atos municipais também durante a vacinação”, reforçou Wagner Morais.

 

O vereador citou o exemplo da cidade de Manaus, onde se divulga nome e CPF das pessoas vacinadas, assim como diversas outras informações. Além disso, o autor do projeto mencionou que a Justiça obrigou a Unicamp a divulgar os imunizados. Morais disse suspeitar que pessoas de outras cidades estejam sendo vacinadas em Nova Odessa.

 

“Já sei é de alguns de Nova Odessa que foram vacinados em Sumaré”, revelou, sem citar nomes. “Tem gente que nem pertence ao grupo de risco e já tomou a vacina aqui na cidade”, emendou o autor do projeto. “Não existe risco do cidadão ter o nome colocado lá. E se não tem nada de errado, não há porque esconder”, finaliza Morais.

 

Com a derrubada do veto, o projeto agora vai para sanção do presidente da Câmara, Elvis Ricardo Garcia-Pelé (PSDB). O comandante do Poder Legislativo disse ser “fraco” o argumento do prefeito Leitinho. “As pessoas não se sentiriam ofendidas pelo fato de ter o nome publicado, pelo fato de facilitar a fiscalização que todos querem”, completa.