Sou pelo respeito às instituições e seus membros e aos órgãos constituídos como executivo, legislativo e judiciário, mas entendo que primeiro deve haver a separação de poderes, conforme previsto em nossa Constituição, e as pessoas que para lá forem, indicados ou eleitos, tenha a obrigação de respeitar a Constituição, as Leis, as Normas da Instituições, e o principal, ter caráter, ética, independência, e serem pessoas ilibadas, que cumpram rigorosamente a lei e exerçam suas funções em nome do povo, que ao se fazer uma lei ou um programa de governo, ou quando o judiciário julgar, devem levar em consideração o que diz nossa Constituição: todos são iguais perante a lei.
Lamentavelmente o que mais estamos assistindo no País nos últimos anos não é o respeito à lei, e principalmente à Constituição, quando grupos de pessoas que ao ocuparem cargos, seja no executivo, seja legislativo, e pior, no judiciário, vêm fazendo, não levando em consideração o respeito principalmente ao povo brasileiro.
Temos observado o total distanciamento de parte dos membros das instituições, totalmente contrários às expectativas da população, e muito distantes na busca de um projeto de nação civilizada, igual e fraterna, uma nação onde seus filhos possam se orgulhar das instituições e receber delas serviços de qualidade com segurança e imparcialidade, seja as pessoas que estão no executivo ou legislativo através do voto, e no judiciário, ou qualquer outro órgão, que cabe dar ao país a segurança jurídica na distribuição correta de justiça, aplicando penas àqueles que infligirem a lei ou causaram danos ao povo ou às instituições, independente do poder financeiro ou do poder daqueles que resolveram desrespeitar a lei e os poderes constituídos, na aplicação correta da lei. Hoje temos executivo desmoralizado, com seu principal membro – o presidente, denunciado por vários atos e atitudes totalmente incompatíveis com o cargo, cercado de ministros acusados de vários crimes, que se escondem na sombra do poder para fugir da justiça, e usam o cargo em benefício próprio, e não da nação.
Grande parte dos membros do legislativo que se curva às vontades dos palacianos ou ao poder econômico, fazendo ou alterando leis a favor do capital e totalmente em prejuízo aos trabalhadores e povo simples deste País, e principalmente, retirando verbas que fazem falta na saúde, na educação, na moradia, no transporte, quando concede benefícios de isenções sem critério, ou fazem lei para atender este ou aquele grupo econômico, ou a grupos, ou até em benefício próprio, deixando de lado a questão ética e moral, não cumprindo de forma correta as funções que o cargo para o qual foram eleitos no legislativo, e passam a ser meros agentes ou lobistas do grande capital.
O chamado governo de coalização se instituiu no País, que é mantido a custa de negócios, com a nomeação de cargos públicos e a liberação de verbas, transformou o legislativo em mero carimbador dos projetos do governante de plantão, e não faz seu verdadeiro papel de órgão fiscalizador e de realmente produzir legislação positiva, que tenha como objetivo o fortalecimento da democracia, com a divisão dos poderes, e cria projetos que tenha o objetivo de levar ao povo qualidade de vida, distribuição de renda e recursos, e atender à sociedade, conforme está na nossa carta magna, pelo contrário, destrói o sentido de nação na busca de cargos e verbas para satisfazer a vontade dos parlamentares e seus familiares e amigos, e a manutenção permanente na vida pública, não por terem alguma ideologia ou que realmente queiram servir ao povo, mas sim enganar, mentir e se servir do povo e dos recursos da máquina pública.
Junto com desmoralização de parte do legislativo temos o executivo, onde o Rei está nu em Praça Pública, a ética, a moralidade da coisa pública está arrasada, as pessoas que habitam e circulam pelo Palácio não têm credibilidade junto ao povo, não tem moral para tirar este País da crise em que vivemos, não adianta o Presidente e seus seguidores quererem impor uma Reforma Previdenciária ou Trabalhista, usando parte do legislativo omisso e signatário do projeto ???toma lá dá cá???, e que juntos tentam jogar a culpa da Crise Brasileira na legislação trabalhista ou da previdência, a crise brasileira tem sua origem na falta de programa de governo, na falta de homens públicos comprometidos com a causa pública, e não com interesses privados e pessoais, ou com o grande capital selvagem, não é mais possível conviver com um governo onde agentes econômicos infiltrados e a serviço do grande capital, como é o caso do Ministro da Fazenda, que comanda uma equipe de economistas que podem ser chamados de assassinos econômicos, pois mentem, chegam a falta de vergonha usando o desemprego e o desespero das pessoas para se aproveitar e impor ao povo a vontade do mercado, e se utilizam da mentira usando dinheiro público para ter a seu lado uma mídia que se presta ao serviço de enganar o povo, com a mentira de que somente com as reformas trabalhista e previdenciária será possível gerar emprego e retirar o Brasil da Crise. MENTIRA.
Restava o judiciário, este seria a esperança do povo para mudar o cenário, foi triste, um espetáculo da pior qualidade que estamos assistindo, com o chefe do maior poder deste País, onde deveria estar um Estadista, uma pessoa acima de qualquer suspeita, alguém que possa passar ao povo segurança e tranquilidade, e não alguém que inicialmente fez parte de coligação e a traiu, e que sabia do uso do dinheiro público e privado para que a chapa fosse vencedora, e que agora nega, fez de tudo para obter o poder prometeu, se comprometeu com o poder ecônomo, pois sabia que jamais chegaria à presidência da república pelo voto direto, e continua a negociar com velhos e conhecidos empresários que se servem do dinheiro público, ou seja, governante sem apoio popular, sem ética, sem moral para o exercício da Presidência.
Mas novamente a decisão que todos esperavam do judiciário não veio, por decisão nada clara e objetiva de quatro dos ministros do TSE, foram votos confusos, foram votos que não respeitaram toda a denúncia apresentada, todos os documentos colocados no processo, embora todos ainda tivessem a coragem de se mostrar contra a corrupção, contra o uso de poder econômico, mas que na hora do voto traíram suas falas, novamente a Constituição foi ferida, novamente um poder demonstrou que não tem independência de todos os seus membros em relação ao executivo, isto é grave, isto é ruim para a democracia, pois enquanto os poderes não forem independentes não teremos uma democracia plena, parte do judiciário votou contra as provas e contra a opinião do povo brasileiro. TRISTE.
Como foi triste assistir o julgamento pelo espetáculo, no mínimo, cenas lamentáveis, com ministro boca-rota, mais parecendo atores de circo mambembe do que ministros com ilibado saber e independência funcional, o que se viu foi o presidente do tribunal eleitoral dando espetáculo, como se fosse um artista no fim de carreira em um cabaré de quinta categoria, em cidade longe dos grandes centros, falando palavras desconexas da realidade com trejeitos nervosos, e visivelmente preocupado em querer agradar alguém ou alguns, em detrimento do povo.
Seguido por outros sem qualquer expressão ou qualidade, e o pior é que todos se dizem contra a corrupção, contra a falta de ética e de moral na coisa pública, e acabaram votando pela manutenção do presidente e de um governo que está sob investigação, um governo que não tem ética, não tem moral, que acabou e insiste em se manter a qualquer custo, com a aplicação e distribuição de verba pública, aplicando de forma descarada o ???dando é que se recebe???, e ampliando a desmoralização do País, ampliando a crise e o sofrimento do povo brasileiro, principalmente dos mais humildes.
Foi uma votação que trouxe desconforto e desalento para o povo simples, honesto e trabalhador, dando aos corruptos a sensação de que a partir de agora tudo vale para ser eleito, principalmente presidente do País.
DATA VENIA, é preciso uma limpeza ética no executivo, no legislativo e no judiciário deste País.
Como diz Rui Barbosa:
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.
Não se deixem enganar pelos cabelos brancos, pois os canalhas também envelhecem.
A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta.
Justiça tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada.
Lourival Figueiredo MeloDiretor Secretário Geral da CNTCPresidente da FEAACPresidente do Seaac de Santos e Região