Mulher foi presa em flagrante e indiciada por tentar fraudar exame público; ela contou aos policiais que, por meio de ponto eletrônico no ouvido, recebia respostas de homem que estava no estacionamento.
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) flagrou na tarde de terça-feira (27/2) uma irregularidade inédita em seu processo de habilitação: uma candidata tentou utilizar uma escuta eletrônica para receber as respostas da prova teórica. O caso ocorreu na unidade Aricanduva, na zona leste de São Paulo.
Levada a uma delegacia, a mulher de 40 anos, que fazia o processo para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B (carro), foi presa em flagrante pela polícia e indiciada por tentar fraudar um exame público previsto em lei.
Na terça à tarde, durante a aplicação do teste em computadores, funcionários do Detran.SP observaram que a candidata, que portava óculos pretos de aros grossos, “lia a prova em voz alta”, o que não é permitido para que isso não atrapalhe os demais. Repreendida, ela “passou a demonstrar nervosismo e tentou sair do local”, segundo o boletim de ocorrência registrado no 66º Distrito Policial.
A mulher foi então conduzida a uma sala da unidade, onde os funcionários do Detran.SP notaram que ela conversava com um interlocutor, pois repetia tudo que lhe era dito e, em certo momento, questionou se seria necessária a presença de um advogado. A pedido dos servidores, a candidata pôs sobre uma mesa os óculos, que tinham um ponto luminoso na parte interna de uma das hastes, e uma escuta eletrônica. Em seguida, a diretoria da unidade chamou a Polícia Militar.
A candidata contou aos policiais militares que havia pago a um “desconhecido”, que estava no estacionamento, para lhe auxiliar na prova. Ela não informou a identidade desse homem nem o valor pago.
No 66º DP, o delegado constatou o flagrante, indiciou a candidata e fixou fiança para que ela responda ao inquérito em liberdade.
“O Detran.SP está atento a qualquer tipo de tentativa de fraude no processo de habilitação. A formação do condutor é parte essencial para a segurança do trânsito”, ressalta Maxwell Vieira, diretor-presidente do Departamento de Trânsito.
A candidata foi reprovada no exame teórico.