Estamos no mês de conscientização mundial da infertilidade. Ter filhos é o sonho da maior parte dos casais, mas nem sempre concretizar este objetivo é fácil. Isto porque 15% da população mundial tem infertilidade, segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso representa entre 50 e 80 milhões de pessoas no mundo e 8 milhões de pessoas no Brasil. A dimensão da doença fez com que junho fosse escolhido como o Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade, levando consigo o objetivo de alertar para esta causa.

“Um casal é considerado infértil quando, após um ano de relações sexuais frequentes, desprotegidas e bem distribuídas ao longo do ciclo menstrual, não ocorre gestação”, afirma o urologista e sexólogo Dr. Danilo Galante.

Cerca de 1 em cada 8 casais têm problemas para engravidar e acabam precisando de ajuda especializada. Segundo o especialista, as causas dessa doença estão distribuídas igualmente entre homens e mulheres (por volta de 35% cada), além de um percentual referente à infertilidade sem causa aparente.

Aproximadamente 1/3 dos casos acontecem por problemas exclusivamente masculinos ou femininos e 1/3 por contribuição dos dois.

Varias situações estão relacionadas à infertilidade: obesidade, distúrbios hormonais que afetam a produção de espermatozoides, bem como a ovulação e hábitos como tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Infertilidade no homem:

Segundo o Dr. Danilo, a principal causa (tratável) da esterilidade masculina é a Varicocele; dilatação que ocorre nas veias do escroto. A exemplo das conhecidas varizes das pernas, no caso da varicocele, são veias dilatadas e tortuosas na região do escroto. Outros fatores que causam infertilidade masculina incluem: criptorquidia (quando não houve descida correta do testículo para o escroto), histórico de torção testicular, infecções do trato genital masculino, inflamação testicular, entre outros. Infelizmente, cerca de 25% das causas são desconhecidas, não possuindo tratamento específico.

Infertilidade na mulher:

Já nas mulheres, a idade acima de 35 anos é o fator que mais afeta a fertilidade, seguida por endometriose (quando parte do conteúdo da menstruação vai em direção ao abdome em vez de sair pela vagina, podendo atingir o intestino, bexiga, trompas e ovários), síndrome do ovário policístico – SOP (distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários e fazem com que eles aumentem de tamanho), além de alterações tubárias.

Tratamento

A infertilidade não deve ser motivo para desistir do sonho de ter um filho. De acordo com o especialista, assim que for identificada, o casal deve buscar ajuda especializada para que sejam realizados exames tanto no homem, quanto na mulher a fim de descobrir a causa. “A doença em muitos casos tem cura, e o tratamento varia exatamente de acordo com o motivo da infertilidade. Quando não existe uma causa definida ou há impossibilidade de correção, indica-se um dos métodos de fertilização assistida”, finaliza.

Dr. Danilo Galante – Formado em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com especialização em Urologia pela UNESP. Pós-graduado em Cirurgia Robótica pelo Hospital Oswaldo Cruz – SP. Doutorado em urologia pela USP, além de Fellow Observer of Johns Hopkins School of Medicine Brady Urological Institute Laparoscopic and Robotic Urologic Surgery. Membro titular da Sociedade Brasileira  de Urologia e Instrutor do ATLS (Advanced Trauma Life Support), atua em áreas diversificadas como Cálculos Urinários; Infertilidade (incluindo Reversão de Vasectomia), Disfunção Sexual e Cirurgia Robótica.