Em entrevista para a imprensa local, o presidente do PSDB de Nova Odessa e agora diretor-geral da Câmara, André Faganello, fez uma avaliação sobre os motivos que levaram à derrota do candidato à sucessão de Bill Vieira de Souza (PSDB), o médico Dr. Lourenço (PSDB). E garantiu que será feita uma “oposição coerente” ao prefeito Cláudio Schooder-Leitinho (PSD).

 

Coordenador da campanha derrotada em 2020, Faganello disse à TV WA Notícias que não houve um “motivo único” para o revés. “Foram vários erros do nosso grupo”, pontuou. Ele cita o fato de ser da mesma sigla do governador João Doria (PSDB), que briga com o presidente Jair Bolsonaro, além da união dos grupos de Bill e Manoel Samartin, adversários históricos.

 

“Não conseguimos enxergar isso. Ficamos em uma bolha”, admite Faganello. O coordenador da campanha também aponta a vontade da população por ‘mudança’ e erros administrativos dentro da Prefeitura. “Um mês antes da eleição houve o protesto de 900 IPTUs. Acionaram famílias em plena pandemia”, revela. Também a emissão de carnês da ‘taxa do lixo’, que antes era cobrada na conta de água e foi desmembrada pela Justiça.

 

Faganello disse que pesquisas apontavam Lourenço com 20 pontos de vantagem sobre Leitinho até pouco tempo antes da votação. Segundo ele, “a eleição foi perdida nos últimos dias”, período marcado por um panfleto apócrifo distribuído contra Leitinho e a desistência de Dr. Nivaldo (Republicanos), que trouxeram engajamento para a vitória do pessedista.

 

Outro fator apontado como ‘erro político’ foi a falta de empenho de servidores comissionados na campanha. “Todo o grupo poderia ter dado mais. Houve soberba, achando que já estava ganho”, admite Faganello. “A gente perdeu uma eleição praticamente ganha. Foram vários pequenos erros que culminaram no resultado final”, acrescenta.

 

Ao ser questionado sobre a queda da votação dos deputados Macris – Cauê (estadual) e Vanderlei (federal) – em 2018, já projetando para 2022, Faganello lembrou que Nova Odessa foi a única cidade onde pai e filho ganharam de Janaína Paschoal e Eduardo Bolsonaro. Afirmou que é necessário o PSDB se “fortalecer a nível regional” e pensar nova estratégia.

 

O dirigente avaliou que em 2020 os tucanos perderam espaço regional para o PSD, que fez alguns prefeitos. Faganello atribuiu o fato a “erro estratégico da (Executiva) Estadual”. Isso porque houve vitórias em regionais como a Baixada Santista e o ABCD Paulista. Para ele, há necessidade do PSDB focar em Campinas, onde o partido não disputa com chances há bastante tempo.

 

Faganello frisou ainda que “ser oposição é mais fácil”, porque “deixa de ser vidraça e passa a ser pedra”. Cutucou Leitinho ao dizer que o agora prefeito fez “circo” durante o período de quatro mandatos como vereador. “Levou enxada na Câmara, chamou comissionados de vagabundos e usou megafone em sessões. Fez do plenário um circo”, completa.