Moradores e comerciantes do Jardim Campos Verdes, em Nova Odessa, relatam que estão convivendo com constantes quedas de energia elétrica. Os relatos são de alimentos estragados em casas e comércios, além de problemas em aparelhos eletrodomésticos. O assunto rendeu inclusive uma reportagem da TV Record.
A queixa é de frequentes interrupções e algumas das vezes a situação é prolongada. O comerciante Ulisses Gomes, dono de uma padaria no bairro, é um dos insatisfeitos. “Já tive prejuízo com queima de motor de geladeira, compressor e produtos perecíveis”, conta. “E quando liga na CPFL eles não dão parecer do porquê das oscilações”, cita.
Recentemente houve um ‘apagão’ de oito horas, que durou entre 16h30 até 0h30 e trouxe diversos transtornos. Vários tiveram de ir para a casa de parentes e amigos, em hotel e até o caso de uma aposentada, que é diabética acabou perdendo cinco doses de insulina armazenadas na geladeira, e foi obrigada a comprar novamente os produtos.
Além disso, o dono de uma mercearia, Adenilson Caetano, afirma ter perdido aproximadamente R$ 200 em sorvetes que derreteram após ficar oito horas sem a refrigeração adequada. “Alguns produtos deu pra aproveitar, mas a maioria estragou e o prejuízo foi grande. E, se continuar assim, não tem jeito”, lamenta.
As dificuldades enfrentadas são adicionais porque, com o agravamento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), muita gente está confinado em casa e não tem como driblar a situação. Os relatos são de grandes transtornos para os moradores idosos e as pessoas que estão com filhos em casa e sem escola, assim como para a realização das aulas virtuais.
“A gente se sente lesado. Porque paga pra ter (energia elétrica) e, se não pagar, vem a notificação. Se não cumprir, depois tem a luz cortada”, reforça o autônomo Daniel de Oliveira. Moradores afirmam que o problema pode ter relação com ‘sobrecarga’ de transmissores de energia do bairro, supostamente ocasionada por uma empresa instalada nas proximidades.
Devido à frequência da situação, um grupo de moradores estuda a possibilidade de recorrer à Justiça – de modo conjunto – para reaver os prejuízos. Através de nota, a CPFL Paulista informou à reportagem televisiva que “vai enviar o mais rápido possível uma equipe para o bairro e avaliar a necessidade de manutenções”.