O Dia do Trabalho precisa ser lembrado pela sua importância histórica. Em 1886 com jornadas exaustivas e precárias condições, trabalhadores americanos fizeram paralisação para reivindicar mudanças. O movimento, combatido pesadamente, se espelhou pela Europa, onde os trabalhadores foram às ruas lutando por mais dignidade.
Passados tantos anos parece que os trabalhadores brasileiros precisam relembrar o fato histórico e refletir sobre o momento atual, olhando para a frente e enxergando a necessidade de mudanças. Atravessamos um momento sombrio. A situação é delicada e preocupante. O Governo age com reformas (ou demolição?) trabalhista e previdenciária que elimina direitos e cria dificuldades de reação da classe operária.
A economia neoliberal (nome bonito e efeito feio), junto com a Pandemia, tem ajudado os grandes grupos econômicos e afundado o trabalhador, mesmo o que está empregado. Quem está trabalhando não tem poder de reação. O piso salarial médio é de R$ 1.500,00 por mês. Péssimo. Ultrajante. Incapaz de oferecer dignidade à família. Mas, com 15 milhões de desempregados sem perspectivas, se você reclamar e achar que o ruim está ruim, aparece alguém achando que este ruim está bom. A sua vaga é cobiçada por muita gente.
O movimento sindical sério e comprometido (porque como em todo lugar tem gente sem preocupação) apesar das tentativas de se fazer ouvir, fala ao vento. Quem precisava escutar e reagir está sem força. O trabalhador se acomodou em sobreviver. Se acomodou com a miséria. Olha para fora e vê um cenário pior do que ele está vivendo. E não existe mudança sem união de forças, indignação, coragem para dizer basta…chega!
Estamos aqui. Diariamente fazendo nosso papel e prontos para ser a ferramenta para esta reação contra a miserabilização. Se em 1886 foi possível reagir, entendo que em 2021 também seja possível. Mas é preciso que cada um fique indignado. Não aceite o que está acontecendo!