O futuro do trabalho das micro, pequenas e médias empresas brasileiras deverá ser remoto, com investimentos em atendimento e plataformas digitais para vender mais e melhor. É o que revela uma pesquisa especial da Serasa Experian realizada com cerca de 500 executivos de MPMEs no país sobre os investimentos que farão após a pandemia de Covid-19. O levantamento, realizado em junho deste ano, mostra que 5 em cada 10 empreendedores (47,1%) pretendem alocar recursos para esta frente, um aumento de 6,8 pontos percentuais na comparação com a primeira onda da pesquisa, realizada em novembro de 2020. Em segundo lugar, a intenção é destinar o investimento pós-pandemia para o trabalho e o atendimento remoto (41,2%), veja detalhes no gráfico abaixo:
A alternativa de investir em soluções que permitam a venda dos produtos remotamente com qualidade é destaque em todos os setores, mas principalmente no Comércio – neste, a opção foi selecionada por 57,4% dos entrevistados, bem acima da média geral. Neste segmento, a gestão financeira também é bastante importante, uma vez que 35,3% sinalizam esta possibilidade de investimento, um aumento significativo quando analisadas as mesmas respostas dadas em 2020. Na média geral, houve um crescimento deste tópico, indicando uma maior preocupação com o tema.
O vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas e Identidade Digital da Serasa Experian, Cleber Genero, conta que depois de mais de um ano de pandemia e a tensão maior do início, os empreendedores começam a avaliar o que ficou de positivo para os negócios. “A aceleração das vendas online trouxe vantagens para os negócios e muitos conseguiram se manter e até crescer por conta disso. Ficou de aprendizado também a importância de ter as contas em ordem e uma reserva financeira para o negócio, por isso observamos esse aumento na intenção de alocar recursos em gestão financeira”, finaliza.
De fato, os dados mostram que daqueles que comercializam produtos e serviços online, aumentou os que pretendem continuar desta forma. Dados de junho/21 apontam que 85,8% dos empreendedores entrevistados escolheram esta opção, sendo que 63,0% destes disseram que a comercialização eletrônica trouxe melhorias. Os resultados de novembro/20 indicavam que 84,1% pretendiam continuar vendendo online no pós-pandemia. Os principais canais para a oferta de produtos e serviços continuam sendo as redes sociais, enquanto os marketplaces perderam espaço em junho/21, “possivelmente porque a maior parte dos empreendedores já encontrou um canal de venda que funcione ao seu negócio”, comenta Genero. “Encontrar novos clientes, criar produtos que atendam demandas inéditas e utilizar canais gratuitos, como as redes sociais, para anunciar é um caminho sem volta e a pesquisa mostra que os empreendedores estão atentos a isso, evoluindo no uso e formatos”, ressalta o executivo.
PMEs ainda sofrem impactos na área de finanças, custos e despesas
O longo período de distanciamento social e desafios econômicos continuam afetando os pequenos e médios empreendimentos. Dentre aqueles que dizem ter sofrido impactos no período, aumentou o volume daqueles que dizem que o efeito foi negativo – de 63,7% em 2020 para 67,2% em junho/21. Ao analisarmos os reflexos da pandemia nos segmentos, a frente de finanças, custos e despesas registrou aumento significativo em todos os portes e segmentos. A indústria, que até então havia sentido menos as consequências, agora registra alta em quase todas as análises, veja o gráfico abaixo:
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, explica que isso se deve ao aumento de preços de matérias-primas e até a falta de alguns componentes, o que acabam impactando a produção e o custo final. “A indústria tem sentido dificuldades em encontrar insumos, o que encarece os itens para os compradores. Esse gasto extra precisa ser repassado de alguma forma e as PMEs são as que mais sofrem, pois ou aumentam os preços ou encaram um prejuízo num fluxo de caixa já enfraquecido pela pandemia. Por isso, as finanças, custos e despesas ainda não se estabilizaram mesmo depois deste tempo: a cada dia, novos desafios surgem e é preciso buscar alternativas e apostar na criatividade”, explica.
Este movimento se reflete na expectativa de retomada, com prazo esticado para as companhias de menor porte. Se antes os entrevistados que acreditavam na retomada diziam que em até 6 meses os negócios já estariam no mesmo nível de antes da pandemia, agora a maior parte dos respondentes dizem que isso ocorrerá de 6 meses a um ano. Rabi explica que esses dados vão na contramão dos índices macroeconômicos. “Os dados gerais do país são muito sensibilizados pelos empreendimentos maiores, que já começam a ver resultados após o afrouxamento das medidas sanitárias em algumas regiões e setores que não sofreram tanto durante a pandemia, como o agronegócio. Porém, a pesquisa mostra que a recuperação está em níveis diferentes e ainda não chegou nos micros, pequenos e médios”, explica.
Metodologia
Foram entrevistados executivos de 505 micro, pequenas e médias empresas em todo o país, que atendem consumidores, empresas ou os dois públicos. Participaram representantes dos segmentos de Serviços, Comércio Varejista, Comércio Atacadista e Indústria. O levantamento foi feito entre 25 de maio e 09 de junho de 2021.
PME na Serasa Experian
Utilizando o poder dos dados para trazer mais assertividade e segurança na tomada de decisão dos negócios, a Serasa Experian possui uma área voltada exclusivamente para atender as necessidades das micro, pequenas e médias empresas brasileiras. São soluções adequadas para quem precisa crescer a carteira de clientes, proteger o negócio, monitorar clientes e fornecedores e recuperar dívidas. Além disso, a área promove uma série de conteúdos e webinars gratuitos, auxiliando os empresários a encontrarem oportunidades e a enfrentarem os desafios do mercado.
Como parceira de negócios em todos os momentos, a Serasa Experian está disponibilizando soluções gratuitas para ajudar os empreendedores que estão sofrendo os impactos da pandemia.