Uma turma da Educação Infantil do Colégio Marista Glória, localizado na Zona Central de São Paulo (SP), buscando abolir preconceitos e acolher diferenças, lançaram uma discussão: “será mesmo que existe um lápis cor de pele?” A ideia partiu da leitura do livro “Lápis cor de pele”, escrito por Daniela de Brito, que enfoca o tema, mas não se restringe apenas à questão racial. Na obra, que se passa em uma escola, uma menina pede emprestado um lápis “cor de pele”, e o colega lhe dá um cor de rosa. Intrigada, ela compara essa cor com a de seu braço e também percebe a cor diferente de seu irmão. Em casa, seus pais explicam de onde vem essa diversidade de cores, lição que ela repete na escola.

Ao longo da leitura, as crianças começaram a se observar e levantar o questionamento do livro. Instigados por essa dúvida saíram pelo colégio questionando se quem estava por lá acreditava se existe esse tal lápis.

De acordo com a professora da turma e responsável pela atividade, Aline Lemos de Lima Gomes, ao realizarem a pesquisa, as crianças perceberam que várias pessoas também tinham a mesma dúvida. “As crianças perceberam que, independentemente do sim ou do não, o que importava era a justificativa que cada pessoa dava para sua resposta”, explica. “Eles perceberam as diferenças entre as pessoas e notaram que o mais interessante estava justamente em cada um ter sua própria característica”, complementa.

Com a lição, os alunos puderam observar suas características mais marcantes em um espelho. O exercício de autorreconhecimento os fez escolher a cor que mais se aproximava de seus tons de pele. “Cada pessoa tem um tom de pele diferente, uns mais claros, outros mais escuros. Então, não existe só um lápis cor de pele. São vários lápis cor de pele”, afirmou a aluna Maria Helena Sampaio Fenelon. Já Heitor dos Santos Gomes Alves explicou que existem vários lápis cor de pele “porque cada pessoa tem uma cor de pele diferente”.

“Esse projeto de investigação gerou uma empatia muito grande com o próximo e uma percepção simples, mas muito importante: ninguém é igual. Cada pessoa é única, com seu jeito e suas características”, finaliza a professora Aline.