As férias escolares começam após o período das festividades de final de ano, um momento oportuno para que pais e filhos consigam passar mais tempo juntos e desfrutar da companhia uns dos outros. Atualmente, a imposição dos pais, que obrigam os filhos a estar em determinado sítio ou a realizar certa atividade, contra a sua vontade, pode ser geradora de conflitos, ansiedade e estresse.
Para a psicóloga Márcia Tosin, as férias chegam como um período onde os pais podem ensinar aos filhos sobre o que fazer e quando é necessário controlar o seu próprio tempo. Segundo ela, os adultos não devem olhar como um prejuízo ou algo a se livrar rápido, mas uma importante construção de iniciativas que trazem como produto a noção de equilíbrio do próprio tempo.
“As crianças ficam bastante tempo no computador, em tablets, videogames e celulares, muitas vezes, porque os adultos estão ocupados ou cansados. A maioria dos pais sabem que essa não é uma condição ideal, mas há pouco o que fazer nesse sentido. Reunir a família e traçar metas conjuntas de apoio entre todos pode ser uma boa saída. As trocas podem ser boas, mas não no sentido de gratificação por determinado comportamento desejado, mas sim pelo entendimento da cooperação e equilíbrio em quem todos podem ser beneficiados”, ponderou a psicóloga.
Os pais precisam compreender, que em alguns casos a criança não possui desenvolvimento cerebral para um mundo cheio de estímulos e que para elas é complicado compreender o que podem ou não podem fazer. A maior dificuldade dos pais é, justamente, a falta de entendimento sobre essa etapa dos filhos e o que isso interfere no comportamento.
“Sabemos que as crianças até 4 anos de idade não conseguem controlar seu próprio comportamento, mesmo que entendam que determinada ação seja proibida. Controlar algo que gere muito desejo custa muito para um cérebro em desenvolvimento que leva até os 25 anos para amadurecer. Essa idade é considerada, atualmente, como o fim da adolescência”, explicou a especialista. “O melhor é investir em regulação emocional, estratégias de organização de tempo e rotinas e evitar estímulos que ativam de modo exagerado a criança”, completou.
Em diversas situações é notada a preocupação dos pais que temem a ideia em dizer “não” ou mesmo deixar a criança fazer tudo o que quer. “A preocupação deve estar baseada em manter a criança em segurança, com boa alimentação, bons estímulos, boa organização e rotina equilibrada. Com o desenvolvimento do cérebro e a exposição da criança à sua cultura e atividades socializadoras, os menores aprenderam naturalmente a questão da moderação”, finalizou Márcia Tosin.