A Fórmula E vai aportar em São Paulo

O prefeito Ricardo Nunes vistoriou, nesta terça-feira (7), as estruturas temporárias que estão sendo montadas para a etapa brasileira o mundial de Fórmula E. A cidade receberá a única prova sul-americana da categoria, em 25 de março, no Sambódromo do Anhembi e na avenida Olavo Fontoura, que segundo o prefeito deve movimentar R$ 300 milhões na economia da capital e gerar três mil postos de trabalho.

Chamado de E-Prix, essa será a sexta corrida da temporada na categoria inédita no Brasil. Os carros — 22 — são visualmente parecidos aos de Fórmula 1, porém 100% elétricos. A etapa de São Paulo foi confirmada em 30 de abril de 2022, quando Gustavo Pires, presidente da São Paulo Turismo, esteve em Mônaco representando o prefeito Ricardo Nunes na assinatura do contrato, válido por cinco anos, com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

O acordo entre a Prefeitura e a Fórmula E não envolve repasse de verbas, mas a preparação do circuito não permanente. São realizados serviços de adequações geométricas no viário e instalação de sistema de proteção com barreiras de concreto, grades e telas para delimitação da pista de acordo com as especificações da FIA.

A Fórmula E está alinhada com os objetivos da SPTuris: atrair eventos que projetem a imagem de São Paulo, movimentem a economia, gerem empregos e promovam o desenvolvimento sustentável e a discussão sobre importância dos combustíveis de fonte renovável e baixa emissão. “Ao realizarmos um evento que mostra a alta performance de um veículo elétrico, conseguimos aproximar o tema da população. É preciso acelerar o futuro em relação a essa transição e a Fórmula E pode ajudar”, afirma Gustavo Pires.

O piloto brasileiro da categoria Lucas Di Grassi dirigiu ônibus elétrico com o prefeito Ricardo Nunes e o presidente da SPTuris Gustavo Pires ao lado. Foto: Jose Cordeiro/ SPTuris.

A cidade de São Paulo tem mais robusto programa de mobilidade elétrica do País. Desde outubro, segundo a Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana (SETRAM) e a SPTrans, não é permitida a compra de ônibus movidos a diesel para o sistema de transportes da capital. A prioridade da atual gestão municipal é o cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas e do Programa de Metas da Prefeitura, que prevê a inclusão de 2.600 ônibus elétricos, não poluentes, e a consequente melhoria na qualidade do ar da cidade.

As empresas concessionárias já apresentaram, até o momento, pedidos para aquisição de 2.152 ônibus elétricos, que deverão ser entregues entre 2023 e 2024.

Atualmente o sistema conta com 19 ônibus 100% elétricos a bateria e 201 trólebus. A linha operada com ônibus a bateria é 6030/10 Unisa Campus 1 – Terminal Santo Amaro.

O legado do E-Prix — A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) é a responsável pelas intervenções de adaptação do pavimento já existente na av. Olavo Fontoura. Ao todo são 35 mil m² de área, composta pela soma da avenida com o Sambódromo, que também entra no circuito e onde da arquibancada a população vai poder torcer e acompanhar.

Melhorias no entorno, como na avenida Olavo Fontoura, permanecerão para a cidade. Foto: Jose Cordeiro/ SPTuris.

Apesar de mexer o mínimo no leito da via, alguns serviços foram feitos como a adequação estrutural do pavimento e adaptação para implantação do circuito. Em áreas onde há curvas e chicanes foi feita uma estrutura completa de pavimento para possibilitar os encaixes necessários. E na avenida, entraram a mesma qualidade técnica e de material que acontece no maior programa de recapeamento em curso no País.

A escolha da avenida levou em consideração a localização privilegiada e, por lá, a pavimentação será de SMA (Stone Matrix Asphalt, composto por polímero e fibra), o mais adequado aos veículos elétricos por garantir maior tração e aderência.

O SMA é usado no recapeamento da cidade de São Paulo. Essa mistura, presente em países como a Alemanha, Suécia e Inglaterra, é mais resistente à fadiga.

Como o aproveitamento de circuitos de rua dos grandes centros faz parte da cultura da FIA para a categoria, a equipe de engenharia da SMSUB fez pequenas adaptações, elevações do pavimento ou correções de greide que, embora muitas vezes imperceptíveis ao motorista no dia a dia, são fundamentais quando se trata de veículos de alta performance como os carros de corrida do E-Prix.

A preocupação ambiental é outro ponto de destaque da implantação do circuito, além de nortear o recapeamento que vem sendo feito na capital. A ênfase nas soluções ambientais aparece, por exemplo, no reuso do asfalto e do concreto de guias e sarjetas. Na estrutura do pavimento por onde passarão os pilotos estão o “RAP espumado” (Reclaimed Asphalt Pavement) e a sub-base que utiliza o chamado RCC, referente à construção civil. Outras medidas ambientais são o descarte apropriado com volume minimizado, menos uso de matéria-prima e melhor gestão dos recursos.

Depois dos pilotos do E-Prix, os motoristas que circulam pela maior cidade da América Latina poderão utilizar este pavimento como legado do evento.

Fórmula E. SP vai ter corrida internacional de carros elétricos

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Benefícios climáticos e alívio no bolso — A atuação na área ambiental vem sendo intensificada na cidade. A atual gestão garante o benefício de reembolso para quem possuir carro elétrico ou híbrido e lançou um robusto e ousado Plano de Ação Climática do Município de São Paulo (PlanClima SP) que incentiva a mobilidade elétrica.

O PlanClima SP foi desenvolvido para responder às mudanças climáticas das últimas décadas e orientar a ação do governo para incluí-las nos processos decisórios. Os objetivos são empreender atos para a redução até 2030 de 50% das emissões de gases de efeito estufa e implementar medidas para diminuir as vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais em um processo de adaptação. As ações visam, por exemplo, incrementar a adoção de fontes energéticas renováveis em substituição aos combustíveis fósseis no transporte e fomentar a mobilidade ativa e zero emissões de GGE (gases de efeito estufa). A meta é levar São Paulo a zerar a emissão de gás carbônico até 2050.

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Para quem possuir carro elétrico ou híbrido é possível reembolsar a quota-parte do IPVA (Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores), já descontado o percentual destinado ao FUNDEB, o que corresponde a cerca de 40% do valor do imposto. O munícipe pode optar por receber o crédito em conta corrente ou abater o valor do IPTU. Quanto maior o preço do veículo, maior o reembolso, cujo teto é de 103 UFESP, que em 2023 equivale a R$ 3.528,78. Para ter direito, o automóvel precisa estar cadastrado no Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM), com o código que indique uso de eletricidade ou gás hidrogênio como combustível, de forma exclusiva ou em associação com outros combustíveis. Nos últimos cinco anos, a SVMA recebeu 3815 solicitações para o desconto do valor do IPVA.

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