Dia Mundial da Síndrome de Down. Eles podem, eles querem, eles fazem acontecer
Francisco Sogari *
Á data do Dia Mundial da Síndrome de Down foi fixada em 21 de março, pois remete ao fato genético da trissomia do cromossomo 21. É um movimento de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com esta Síndrome e também para lhes garantir as mesmas liberdades e oportunidades que as demais pessoas têm.
Olhinhos puxados, alegres e sempre dispostos a interagir. Eles dançam, jogam, encenam, produzem peças de arte. Assim podem ser descritos as crianças, adolescentes e jovens com síndrome de Down que participam das atividades no Instituto Gabi, organização que atua há 22 anos na inclusão de PCD e doenças rara, na zona sul de São Paulo.
Estima-se que existam cerca de 270 mil pessoas com Síndrome de Down no Brasil. E a cada 700 nascimentos, 1 bebê nasce com esta condição genética. Foi descrita há pouco mais de 150 anos, quando John Langdon Down, em 1.866, se referiu pela primeira vez como um quadro clínico com identidade própria.
Boa parte destas pessoas apresenta algum tipo de atraso no desenvolvimento. É importante salientar que a síndrome de down não é uma doença e, sim, uma condição genética inerente à pessoa, associada a algumas questões de saúde que devem ser acompanhadas desde o nascimento e exigem acompanhamento de equipe multidisciplinar.
Síndrome de Down: Anjos de amor demais
Teoria e prática
O dia a dia no acolhimento e na reabilitação de PCD e doenças raras do Instituto Gabi e o embasamento da literatura mostram que o convívio e a participação social são fatores essenciais para a conquista da autonomia das pessoas com síndrome de down.
A inclusão na escola é primordial, porque promove o desenvolvimento humano e social entre todos daquele ambiente, é muito importante que esta ação supere alinha do cuidado e chegue a efetiva prática pedagógica com todos da turma, com atividades flexibilizadas e o trabalho colaborativo, por exemplo; onde todos da classe se ajudam, inclusive o estudante com SD.
Legislação e direitos
A Lei Brasileira da Inclusão (lei 13.146/15) que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência garante ao portador da Síndrome de Down o direito à educação, saúde, trabalho, cultura e esporte. Há leis gerais e federais relacionadas a benefícios e isenções, à saúde, educação, trabalho, acessibilidade. Destacam-se
- Benefício de Prestação Continuada (BPC) …
- Auxílio-doença.
- Aposentadoria para portadores de Síndrome de Down. …
- Isenção no Imposto de Renda. …
- Uso do passe Passe Livre em transporte interestadual. …
- Vaga especial no estacionamento. …
- Tirar Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e dirigir.
Francisco Sogari é jornalista, Mestre em Comunicação e Fundador do Instituto Gabi
Autonomia de uma pessoa com Síndrome de Down
De acordo com o Projeto Down, a população de portadores da condição genética no Brasil está perto de 300 mil pessoas
Foi-se o tempo em que nascer com síndrome de Down era sinônimo de impedimento para uma vida cheia de realizações. Nas últimas décadas, são inúmeros os exemplos de pessoas portadoras dessa condição genética que provaram o contrário. Por trás do desenvolvimento de cada uma delas há familiares e o trabalho intenso de profissionais que se dedicam a estimular as habilidades individuais dos pacientes.
É o caso da terapeuta ocupacional Syomara Cristina, que tem mais de 30 anos de experiência no tratamento e reabilitação de pacientes, ao lembrar que no dia 21 de março é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data faz referência aos três cromossomos no par 21, que caracteriza a condição genética diferenciada. A escolha da data foi uma proposta do Brasil e aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011.
“A síndrome de Down se caracteriza pelo desenvolvimento um pouco mais lento das funções motoras e das funções intelectuais. No entanto, apesar de alguns aspectos em comum, cada indivíduo é diferente e vai apresentar um padrão distinto de desenvolvimento”, explica.
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