Depoimento de Denis Carvalho, um dos feridos pela PM na marcha de quarta-feira (12/02).
Fotos: Joana Tavares e Joka Madruga
???Quando começou a confusão toda, algumas pessoas do MST tentaram acalmar a situação. O pessoal montou um cordão de isolamento, pra proteger os policiais, e entrei também. 
Nisso, chegou a Tropa de Choque. A PM foi então rumo à Tropa. Quando eu estava indo embora, a Tropa começou a jogar bomba e todo mundo saiu correndo. 
Vi uma menina sozinha, fui na direção dela pra gente ir embora junto, mas não deu tempo. Antes de chegar até lá, tomei um tiro de bala de borracha na cabeça. Caí no chão na hora. Cheguei a pensar que poderia ter sido uma bomba.
Coloquei a mão na cabeça, já estava todo ensaguentado e fiquei por ali mesmo. Não dava pra pensar em nada direito, não dava pra levantar. Aí começou a chegar o pessoal, a cuidar. Me encaminharam para o hospital. 
Chegando lá, não tinha sutura pra fazer o curativo. Não tinha estrutura nenhuma para o atendimento básico. E isso num hospital que deve ser referência em Brasília. Fiquei várias horas esperando. 
A sutura foi feita lá pelas 21h. Tomei cinco pontos, analgésico e fui liberado. Fui muito bem cuidado pelo grupo, mas o hospital estava muito precário, sem estrutura mesmo.”