A percepção dos empresários em relação ao nível de estoques do comércio na região metropolitana de São Paulo (RMSP) recuou em fevereiro de 2015. Na comparação com o mês anterior, a queda foi de 0,4%, passando de 107,4 pontos para 106,9 pontos.
Os dados são do Índice de Estoques (IE) da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
Segundo análise da assessoria econômica da FecomercioSP, a queda do indicador ocorreu por uma retração de 1,7% da proporção de empresários que dizem estar com estoques acima do desejado e aumento de 4,4% na quantidade de empresários que pensam ter estoques abaixo do desejado.
A diferença entre estoques altos e baixos está gradativamente se reduzindo, mesmo com as vendas desaquecidas. Não significa, no entanto, que as perspectivas de crescimento das vendas estejam melhorando, mas que o empresário está se adaptando à nova realidade.
A Entidade destaca que a inadequação dos estoques cresceu ao longo dos últimos meses e, em geral, isso decorreu do aumento do número de empresários do varejo que percebiam seus estoques crescendo em relação ao desejado. Contudo, o cenário mudou em janeiro de 2015, com aumento significativo da proporção de empresários que dizem ter estoques relativamente baixos, o que é, apesar da queda do índice, um bom sinal para o varejo.
Isso mostra que os empresários estão ajustando os seus estoques e que eles já estavam cientes e preparados para vendas mais fracas no Natal e em janeiro. Tradicionalmente, no primeiro mês do ano, parte da população da região metropolitana está viajando e, também, os gastos das famílias são direcionados ao pagamento de IPVA, IPTU, matrículas e materiais escolares, prejudicando as vendas no varejo.
A assessoria econômica frisa, ainda, que a diferença entre estoques acima e abaixo já foi de 18 pontos porcentuais e hoje está pouco acima de 12 pontos. São três meses seguidos de redução dessa distância, que ainda está acima da média história (por volta de 11 pontos), mas parece caminhar para esse patamar. De fato, o pior momento de elevada estocagem está se dissipando, mas ainda é preciso alguns meses de continuidade desse processo para a tendência se consolidar.