Vivemos em uma época em que o avanço tecnológico permitiu uma verdadeira revolução na maneira como nos comunicamos. Nesse contexto, as redes sociais tomaram lugar de destaque nas relações e, especialmente nos últimos tempos, um fator tem chamado a atenção dentro desse universo.
Percebemos o surgimento dos ???reclamadores profissionais???, pessoas que reclamam de simplesmente tudo e que acreditam que a publicação no meio virtual provoca um efeito mágico de solução dos problemas. E não estamos falando da liberdade de expressão e do direito de colocar suas opiniões, isso é de extrema importância para a democracia, para a construção de uma sociedade que respeita a pluralidade, para o exercício da cidadania. Estamos falando daqueles que reclamam por reclamar, sem fundamentação, sem argumentação, sem conhecimento do fato, sem ao menos ter um motivo plausível pra isso. 
Destaco ainda a importância de refletirmos sobre o sentido da palavra reclamar, que pode ser na descrição que fizemos acima associada ao queixar, ao lamento puro e simples. Algo isolado, que não produz atitude, que não agrega e não leva à resolução de nada. Infelizmente, isso está cada vez mais comum. Acredito que o reclamar precisa ir além. Aliás, muito além.
Essa palavra precisa ganhar um novo significado, seja nos meios digitais ou na convivência pessoal mesmo. ?? preciso reclamar no sentido de reivindicar, de exigir aquilo que lhe é de direito, provocando com isso uma ação, uma mudança daquilo que está sendo reclamado de maneira real. 
Está mais do que na hora de usarmos o poder da reclamação como meio de chegar a um objetivo comum e não individual. De não nos deixarmos seduzir pela instantaneidade que a internet possibilita e termos a consciência de que, mesmo nos tempos atuais, é preciso refletir sobre a pertinência e relevância do conteúdo de uma reclamação antes de apertar o botão ???publicar???.
Marcos Morelli Consultor e professor universitário, formado em Comércio Exterior e pós-graduado em Gestão de Negócios