Você já parou para pensar no impacto dos primeiros ambientes de vida no desenvolvimento infantil?

A arquiteta Gabi Sartori, especialista em Neurociências, Educação e Desenvolvimento Infantil e cofundadora da Academia Brasileira de Neurociência e Arquitetura (NEUROARQ® Academy), destacou a significativa influência dos primeiros ambientes na vida e no desenvolvimento das crianças, desde a gestação até seus primeiros passos.

Gabi destacou a gestação como a “primeira morada”, um período em que mãe e filho estão profundamente conectados, formando uma unidade indissolúvel.

A arquiteta enfatiza, com base nos trabalhos de Bruce Lipton, que as experiências e emoções vividas pelos pais durante a gestação têm um impacto considerável na saúde mental e física da criança. “Os efeitos do estresse gestacional no desenvolvimento fetal, pode inclusive influenciar negativamente em aspectos como tamanho e distribuição de nutrientes, priorizando áreas vitais para a defesa e sobrevivência do feto”, comentou.

Após o nascimento, o conceito de fusão continua relevante, como explica a espeialista, que descreve a maternidade como uma extensão da experiência gestacional, onde o bebê continua a experimentar o mundo de forma simbiótica com a mãe. “Este vínculo é crucial e deve ser respeitado e entendido, especialmente em ambientes como hospitais, onde o design e as práticas devem buscar emular a segurança e conforto do útero materno”.

Um exemplo citado foi o Caso de Bucareste, que demonstra as consequências de ambientes empobrecidos no desenvolvimento infantil.

O caso de Bucareste revela as consequências profundas do regime comunista sob Nicolae Ceaușescu na Romênia, em que sua política de incentivar altas taxas de natalidade e proibir contraceptivos e aborto resultou em um número elevado de crianças institucionalizadas em condições degradantes. Com o término da ditadura, surgiu o Projeto de Intervenção Precoce de Bucareste, destinado a investigar os impactos da vida em instituições nas crianças.

“Este caso exemplifica tragicamente como políticas estatais inadequadas podem gerar efeitos calamitosos na vida de pessoas inocentes, em especial das crianças,” observou a especialista.

A transição da criança para um ser independente, capaz de reconhecer-se como “eu”, marca o início de uma jornada de autoconhecimento que se estenderá até a adolescência, segundo Sartori. Ela enfatiza a delicada interação entre natureza e nutrição no processo de desenvolvimento, onde o ambiente exerce um papel crucial.

MENTORIA

Com o objetivo de oferecer um acompanhamento personalizado a cada participante, assegurando que todos alcancem um conhecimento sobre o universo infantil para desenvolver projetos que auxiliem no desenvolvimento destas crianças, a NEUROARQ® Academy realizará a 1ª Turma da MENTORIA DE AMBIENTES PARA A INFÂNCIA

Esta iniciativa visa oferecer conhecimento aprofundado sobre como ambientes bem projetados podem auxiliar no desenvolvimento das crianças. O programa consiste em 5 encontros ao vivo via Zoom, liderados pela arquiteta Gabi Sartori, com início em 23 de abril. As vagas são limitadas, visando um acompanhamento personalizado.