Anderson Torres veio para o Brasil este sábado

Ex-ministro e secretário de segurança do Distrito Federal por uma semana, Anderson Torres foi preso na manhã deste sábado em Brasília. Ele veio dos Estados Unidos onde estava desde o começo do ano. Ele não estava na cidade durante os ataques do último domingo (8), quando terroristas atacaram as sedes dos 3 poderes.

 

O pedido de prisão de AT foi feito pela Polícia Federal foi acatado pelo ministro Alexandre de Moraes. Esta semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro mudou seu perfil nas redes sociais. Avalia-se que ele teme incorrer em novos crimes além dos que já começa a ser investigado.

Torres chegou em voo da Gol que partiu de Miami, que pousou no Aeroporto Internacional de Brasília às 7h17. A entrega de Anderson Torres foi negociada com PF pela defesa, que queria evitar imagens do momento exato da prisão. Segundo relatos, Torres foi preso logo ao deixar o avião.

AT estava de férias com a família nos EUA e foi exonerado do posto de Secretário de Segurança do DF, logo após o atentado golpista na sede dos Três Poderes, no último domingo. De acordo com informações de Flávio Dino, ministro da Justiça, o plano para a proteção de Brasília foi alterado horas antes dos protestos, com uma forte redução do esquema de segurança e números de policiais que vigiariam a Esplanada dos Ministério.

Além disso, a Polícia Federal apreendeu na quinta-feira na residência de Torres uma minuta de decreto presidencial que visava a interferência federal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para abrir caminho à alteração do resultado das eleições de 2022. O documento está sendo chamado de “minuta do golpe” e é considerado inconstitucional por juristas. Em uma rede social, Torres afirmou que “provavelmente” o documento estava na pilha de papéis que seriam descartados.

Anderson Torres. 1o ministro de Bolsonaro preso

Anderson Torres. 1o ministro de Bolsonaro preso

 

AT foi ministro da Justiça até o final do ano passado, sendo um dos mais próximos de Bolsonaro e seus filhos. Delegado da PF, ele chegou a sugerir investigação sobre institutos de pesquisa logo após o primeiro turno das eleições.

Torres segue preso no Batalhão da Polícia Militar do Guará, no DF, e deve passar por audiência.

 

EXONERADO DO CONSELHO DA CAIXA

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou nesta semana a exoneração do ex-ministro da Justiça  do conselho fiscal da Caixa Loterias.

A ordem veio após os atos golpistas de domingo (8), quando as sedes dos três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas por apoiadores de Bolsonaro. A segurança pública do Distrito Federal estava sob a responsabilidade de Torres, nomeado secretário no dia 2 de janeiro. Um dia antes dos atos, porém, ele viajou aos Estados Unidos.

As forças de segurança do DF foram acusadas de leniência com os vândalos, e a área agora está sob intervenção federal, determinada por Lula no mesmo domingo.

 

Acusado de favorecer Bolsonaro

No governo Bolsonaro, AT se tornou uma espécie de braço-direito do então presidente em episódios controversos. Em julho de 2021, pouco após assumir como ministro, Torres participou com Bolsonaro de uma live na qual o ex-presidente atacou o sistema eleitoral com dados falsos e distorcidos.

Na ocasião, o então ministro endossou as suspeitas infundadas levantadas por Bolsonaro sobre o sistema eletrônico ao citar um relatório da PF sobre as eleições municipais de 2016 que, sem apontar fraudes na votação, teria sugerido um “aperfeiçoamento” do processo eleitoral com a adoção do voto impresso. O relatório, no entanto, apontava que a inclusão de um sistema impresso acoplado à urna eletrônica encarecia “bastante” o processo eleitoral, com “maior possibilidade de falha mecânica”.

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