Um tanto quanto (ou bastante) rifado pelo ‘mercado’ e pelos partidos de centro, o presidenciável tucano Geraldo Alckmin precisa começar a correr mais riscos para chegar ao segundo turno nas eleições deste ano. Como em 2006, ele parte de patamar baixo, mas desta vez tem um adversário à direita mais bem posicionado.
Em 2006, a alternativa a Lula favorito (apesar do mensalão) era Heloísa Helena (PSol). Hoje, Bolsonaro carrega o dobro ou até o triplo de votos do tucano.
Sem o mercado, sem o PSDB e sem a direita, Alckmin precisa buscar um discurso mais ao centro e ligado à eficiência. Ainda que soe estranho, ele ganhará bastante se passar a adotar valores humanistas e liberais no embate com o discurso conservador de costumes de Bolsonaro.
Ao se igualar aos concorrentes à esquerda no debate- valores mais amplos e modernos- ele tende a trazer de volta o mercado e o centrão político. Mas parece que ele está perdido entre lutar no campo de Bolsonaro (discurso duro e tresloucado) e isolá-lo neste campo, fazendo um debate mais amplo (no campo da economia e da gestão eficiente).