Antes e depois de Maiara chama atenção

Maiara contou que, antes de emagrecer, tomava banho apenas no escuro, pois evitava se ver no espelho: “Eu não conseguia me olhar.”

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A idade certa para começar procedimentos estéticos: prevenção ou exagero?

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A nova geração que faz do cuidado precoce uma estratégia de beleza e um desafio ético

Crédito: Damir Khabirov | CO Assessoria

 

Aos 25 anos, muitas pessoas já aplicam toxina botulínica não para corrigir rugas, mas para impedi-las de surgir. O que há poucos anos seria considerado precoce agora é parte de um fenômeno global: a estética preventiva. O conceito, conhecido como prejuvenation, ganhou força entre jovens de 25 a 35 anos e transformou a ideia de envelhecer em algo que se antecipa, não se enfrenta.

De acordo com especialistas, não existe uma idade certa para começar. A decisão deve levar em conta o diagnóstico médico e o estado da pele, e não apenas a idade cronológica. “A indicação de tratamentos como toxina botulínica ou preenchimentos depende da avaliação individual. O ideal é que os cuidados comecem com hábitos básicos, como o uso diário de protetor solar e a manutenção da saúde cutânea”, explica a Dra. Ana Penha Scaramussa Ofranti (CRM-SP 203.497), cirurgiã plástica com especialização em cosmiatria e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

A tendência do prejuvenation surgiu nos Estados Unidos e rapidamente se espalhou pelas redes sociais, com hashtags que somam milhões de visualizações. Lasers, bioestimuladores de colágeno e toxina botulínica passaram a ser vistos como aliados da rotina de autocuidado e não apenas como correções. Segundo um levantamento da American Society for Dermatologic Surgery (ASDS), cerca de 15% dos jovens entre 18 e 24 anos já realizaram algum tipo de tratamento estético não invasivo, e outros 12% manifestam intenção de fazê-lo nos próximos anos. No Brasil, médicos observam um aumento constante na busca por aplicações preventivas em pacientes na faixa dos 25 aos 30 anos.

Apesar dos avanços tecnológicos e da segurança dos tratamentos, os excessos preocupam. Intervenções precoces e sem real necessidade podem gerar efeitos físicos e psicológicos. Aplicações repetidas de toxina botulínica, por exemplo, podem levar à resistência do organismo à substância. Já o uso exagerado de preenchedores pode causar perda da expressão natural e desarmonia facial. “Cada paciente envelhece de forma diferente. O que para um é prevenção, para outro pode ser exagero. O equilíbrio deve ser guiado pelo bom senso, e não pelas tendências das redes sociais”, ressalta a médica.

Há ainda um aspecto emocional. O uso constante de filtros e imagens perfeitas criou uma nova forma de pressão estética. Especialistas relatam um aumento de pacientes que procuram reproduzir o rosto das selfies, em um fenômeno conhecido como dismorfia do filtro. “A decisão de realizar um procedimento deve nascer do desejo genuíno de se sentir bem, e não da tentativa de atender a padrões irreais de beleza”, observa a Dra. Ana Penha.

A medicina estética moderna oferece recursos eficazes para preservar a harmonia e retardar os sinais do tempo, mas o sucesso dos tratamentos depende mais do propósito do que da idade. Em muitos casos, o melhor investimento ainda é o mais simples: sono adequado, alimentação equilibrada, hidratação e proteção solar.

No fim, a beleza preventiva não é apenas sobre juventude, mas sobre autoconhecimento e intenção. Envelhecer é inevitável, mas fazer isso com consciência é o verdadeiro gesto de modernidade.

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