Artigo: ‘A bola da vez’

Política crítica,

Artigo: ‘A bola da vez’

21 de junho de 2014

Não se pode desprezar o período pré-eleitoral porque nele se define os aliados, parceiros econômicos, equipes, estratégias etc. Na pré-campanha, o político, em teoria, não pode pedir voto, mas continua a fazer política, para construir a engrenagem que lhe proporcione votação expressiva.  
As atuais circunstâncias favorecem Aécio Neves porque os adversários do tucano perderam campo. As quedas sucessivas na popularidade forçam a presidente Dilma a sair da área de conforto de modo a reverter o quadro que não lhe favorece. Outro que se encontra em baixa é Eduardo Campos. O realismo político do ex-governador não coaduna com o idealismo de Marina Silva e, com isso, palanques regionais se dissolvem e espaços surgem no horizonte dos adversários. Aécio abriu mais de dez pontos de vantagem em relação ao candidato do PSB. 21% contra 10%. Dilma aparece com 39%.
Aécio Neves desgarrou-se de Eduardo Campos na hora em que se consolidam chapas, aliados e parceiros econômicos. Investe-se mais no candidato que reúne mais chances de vencer, portanto, o fato de o mineiro aparecer isolado na segunda posição o favorece nas amarrações regionais e na captação de recursos. Quando Marina Silva decidiu caminhar no flanco socialista, havia a expectativa de o tucano perder o lugar de opositor para o pernambucano, isso não aconteceu até esse momento. Aécio Neves agradece.
Eduardo Campos estava apalavrado com Ronaldo Caiado, em Goiás; a ambientalista interveio e inviabilizou a aliança. Marina tentou implodir a composição do PSB com Geraldo Alckmin em São Paulo e atrasou as tratativas. O atraso deve custar aos socialistas o posto de vice, que poderia estreitar os laços com o governo de São Paulo e atrapalhar a união tucana ??? que depende da unidade em São Paulo ??? necessária para a viabilização de Aécio Neves.  
Marina Silva pousou no QG de Campos para agregar, porém, até aqui, a ambientalista funciona como bola de ferro nas canelas do ex-governador. O socialista não conquista importantes frontes regionais nem edifica o discurso necessário para se colocar como o candidato de parte esmagadora do eleitorado que anseia por uma novidade.
O petismo confia no crescimento de Dilma quando começar a campanha pela televisão e forem apresentados os pecados de Aécio nas Minas Gerais, os feitos do governo petista à frente do Palácio do Planalto desde 2002 e a comparação do período petista com o tucano. A tal tática plebiscitária. Deu certo em 2006. Deu certo em 2010. Agora os quinhentos são outros. A resistência consistente ao governo Dilma e as ruas em clima de protestos são fatores que preocupam os petistas.
O cenário atual é completamente diferente daquele que se desenhava há pouco mais de um ano com Dilma eleita em primeiro turno e expectativa de eleição morna e sem oponentes. A euforia com Eduardo Campos por conta da adesão de Marina esfriou. Agora é a vez de Aécio Neves colher os louros das circunstâncias. Que o faça de maneira a se fortalecer para os momentos decisivos, que estão longe, ainda. A maioria do eleitorado presta atenção nos políticos quando as campanhas invadem as ruas e as televisões. Até lá, tem chão.

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21 de junho de 2014

Não se pode desprezar o período pré-eleitoral porque nele se define os aliados, parceiros econômicos, equipes, estratégias etc. Na pré-campanha, o político, em teoria, não pode pedir voto, mas continua a fazer política, para construir a engrenagem que lhe proporcione votação expressiva.  
As atuais circunstâncias favorecem Aécio Neves porque os adversários do tucano perderam campo. As quedas sucessivas na popularidade forçam a presidente Dilma a sair da área de conforto de modo a reverter o quadro que não lhe favorece. Outro que se encontra em baixa é Eduardo Campos. O realismo político do ex-governador não coaduna com o idealismo de Marina Silva e, com isso, palanques regionais se dissolvem e espaços surgem no horizonte dos adversários. Aécio abriu mais de dez pontos de vantagem em relação ao candidato do PSB. 21% contra 10%. Dilma aparece com 39%.
Aécio Neves desgarrou-se de Eduardo Campos na hora em que se consolidam chapas, aliados e parceiros econômicos. Investe-se mais no candidato que reúne mais chances de vencer, portanto, o fato de o mineiro aparecer isolado na segunda posição o favorece nas amarrações regionais e na captação de recursos. Quando Marina Silva decidiu caminhar no flanco socialista, havia a expectativa de o tucano perder o lugar de opositor para o pernambucano, isso não aconteceu até esse momento. Aécio Neves agradece.
Eduardo Campos estava apalavrado com Ronaldo Caiado, em Goiás; a ambientalista interveio e inviabilizou a aliança. Marina tentou implodir a composição do PSB com Geraldo Alckmin em São Paulo e atrasou as tratativas. O atraso deve custar aos socialistas o posto de vice, que poderia estreitar os laços com o governo de São Paulo e atrapalhar a união tucana ??? que depende da unidade em São Paulo ??? necessária para a viabilização de Aécio Neves.  
Marina Silva pousou no QG de Campos para agregar, porém, até aqui, a ambientalista funciona como bola de ferro nas canelas do ex-governador. O socialista não conquista importantes frontes regionais nem edifica o discurso necessário para se colocar como o candidato de parte esmagadora do eleitorado que anseia por uma novidade.
O petismo confia no crescimento de Dilma quando começar a campanha pela televisão e forem apresentados os pecados de Aécio nas Minas Gerais, os feitos do governo petista à frente do Palácio do Planalto desde 2002 e a comparação do período petista com o tucano. A tal tática plebiscitária. Deu certo em 2006. Deu certo em 2010. Agora os quinhentos são outros. A resistência consistente ao governo Dilma e as ruas em clima de protestos são fatores que preocupam os petistas.
O cenário atual é completamente diferente daquele que se desenhava há pouco mais de um ano com Dilma eleita em primeiro turno e expectativa de eleição morna e sem oponentes. A euforia com Eduardo Campos por conta da adesão de Marina esfriou. Agora é a vez de Aécio Neves colher os louros das circunstâncias. Que o faça de maneira a se fortalecer para os momentos decisivos, que estão longe, ainda. A maioria do eleitorado presta atenção nos políticos quando as campanhas invadem as ruas e as televisões. Até lá, tem chão.

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