(Reuters) – O Banco Central manteve nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 6,50 por cento ao ano, como esperado e pela segunda vez seguida, citando piora no mercado externo e, ao mesmo, recuperação ???mais gradual??? da economia brasileira neste ano após a greve dos caminhoneiros.
Com isso, segundo especialistas ouvidos pela Reuters, o BC indicou que não deve mexer tão cedo na Selic.
???O Copom entende que deve pautar sua atuação com foco na evolução das projeções e expectativas de inflação, do seu balanço de riscos e da atividade econômica???, afirmou o BC em comunicado, em meio ao movimento que levou à forte valorização do dólar nos últimos meses. ???Choques que produzam ajustes de preços relativos devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva???, acrescentou.
Pesquisa da Reuters mostrou que 36 de 37 economistas esperavam que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantivesse a Selic agora, sugerindo que repetidas declarações do BC de que não havia ???relação mecânica??? entre o câmbio e a política monetária limitaram as apostas em altas de juros, mesmo após o dólar atingir as máximas em dois anos, acima do patamar de 3,90 reais.
Desde a última reunião do Copom, em 16 de maio, o dólar chegou a saltar quase 7 por cento até o dia 7 deste mês, pico do período e quando fechou a 3,9258 reais. Em quatro meses até maio, a moeda norte-americana acumulou valorização de 17,5 por cento.
Diante disso, o BC intensificou ainda mais sua intervenção no mercado cambial e, deste então, o dólar tem se estabilizado ao redor do patamar de 3,75 reais.