Uma bebê prematura, que nasceu com menos de 440 gramas e apenas 26 semanas de gestação, está sob cuidados intensivos na Unidade de Terapia Neonatal da maternidade. O nascimento, que representa um dos mais delicados desafios para a medicina, demonstra os avanços da ciência e a importância das equipes especializadas no cuidado de recém-nascidos.

Casos como este exigem monitoramento minucioso, além de uma equipe multidisciplinar para enfrentar as dificuldades e riscos comuns para recém-nascidos de peso tão baixo e idade gestacional prematura. Segundo Élidi Ayache Scordamaglio, neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Helena, a sobrevivência de bebês com menos de 500 gramas é um processo complexo que envolve diversas etapas e cuidados específicos.

Prematuros extremos

“Esses bebês, conhecidos como prematuros extremos, enfrentam um período inicial muito crítico. Com pouco peso, os órgãos ainda estão em fase de desenvolvimento. Precisamos monitorar funções vitais, como respiração e circulação, em um ambiente que simula o útero, utilizando tecnologia de ponta para manter a temperatura e fornecer oxigênio de maneira controlada. Cada grama ganha é uma conquista e representa uma nova chance de vida”, explica a especialista.

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O acompanhamento rigoroso dos sinais vitais é essencial para garantir que o bebê se desenvolva de forma adequada, por este motivo, o hospital investe constantemente em equipamentos de última geração para acompanhar as constantes flutuações nos parâmetros do recém-nascido, além de contar com profissionais especializados em neonatologia e fisioterapia respiratória.

Bebê prematuro extremo nasce com 440 gramas

“Esse tipo de cuidado exige uma estrutura preparada para o atendimento integral, que vai desde incubadoras especiais até medicamentos adaptados para recém-nascidos prematuros, visando estabilizar cada órgão de forma a possibilitar um desenvolvimento o mais próximo possível do esperado”, relata a supervisora de Enfermagem, Rubyane Simonini Schilder.

O suporte emocional aos pais é uma parte importante desse processo, fornecendo informações contínuas e orientações para cada etapa do tratamento.

A mãe da bebê possui um histórico de AVC anterior e estava com 40 anos quando engravidou. Esses dois contextos já eram considerados riscos para a gravidez, mas a filha fazia parte dos planos. “Era meu sonho a chegada da minha filha. Ela representa tudo para mim: é um milagre”, conta. Hoje, ela está com 5 meses, ganhou peso e está com 2,225 gr. A expectativa de alta é grande, porém depende da evolução do quadro clínico respiratório.

Conforme a médica neonatologista pontua, os avanços na medicina neonatal nos últimos anos foram fundamentais para que bebês tão prematuros tivessem chances de sobreviver e prosperar. “A cada dia, a tecnologia e os protocolos de cuidado avançam, permitindo que bebês com quadros tão delicados, que antes não tinham grandes chances de sobrevivência, consigam lutar e vencer. Porém, o cuidado de todos os profissionais envolvidos também é de suma importância.”

Esse caso inspira não apenas pela complexidade do tratamento, mas pela superação e resiliência que a medicina moderna é capaz de proporcionar em uma situação tão desafiadora.

 

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