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A Polícia Federal (PF) identificou um plano que envolvia tirar a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e realizar um golpe de Estado. A investigação revelou mensagens, reuniões e movimentações financeiras que indicam a existência de uma conspiração. Esses atos estariam conectados com o ambiente de instabilidade política fomentado após as eleições de 2022 e os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2024.
Registros mostram que aliados de Bolsonaro e outras figuras-chave discutiram a viabilidade de ações golpistas e ataques violentos. Houve movimentações suspeitas que podem ter financiado essas operações. Pessoas próximas ao ex-presidente relataram conversas sobre o tema, reforçando o envolvimento direto ou indireto do ex-presidente.
A PF indiciou Jair Bolsonaro com base em suspeitas de conspiração criminosa para atentar contra a vida do presidente Lula, além de incitação ao crime e atos antidemocráticos, relacionados à tentativa de subverter a ordem democrática e omissão dolosa por não condenar ou impedir que aliados próximos fomentassem atos golpistas.
O indiciamento é um passo inicial, indicando que há evidências substanciais para que Bolsonaro seja formalmente acusado em um processo judicial. O advogado eleitoral e vice-presidente da comissão eleitoral da OAB-PI, Wallyson Soares explica as possíveis implicações legais: “Bolsonaro pode ser responsabilizado por conspiração criminosa e tentativa de homicídio caso se comprove sua participação no planejamento. Além disso, o indiciamento aponta para crimes de incitação e atos contra o Estado Democrático de Direito”.
De acordo com Wallyson, conspiração e tentativa de golpe de Estado são tratados pelo Código Penal e por leis complementares, como a Lei de Segurança Nacional (revogada, mas com elementos transferidos para a Lei 14.197/2021). “Esses crimes são classificados como gravíssimos e afetam diretamente a estabilidade da República. A punição pode incluir penas de reclusão significativas e, em casos de tentativa de golpe, também a perda de direitos políticos”, explica o advogado.
Wallyson reforça que a Constituição Federal tem ferramentas importantes para proteger a ordem democrática contra crimes desse tipo: “Ela prevê ações firmes contra qualquer tentativa de desestabilização, como a atuação da Justiça Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal, além de leis que garantem a proteção do Estado de Direito.”
Por fim, o advogado analisa as possíveis penas que Bolsonaro pode enfrentar: “Se as acusações forem comprovadas, ele pode receber penas de até 20 anos de reclusão para crimes contra a segurança nacional, além de agravantes relacionados à tentativa de homicídio. Tudo depende do resultado do processo judicial e das provas apresentadas”, conclui o advogado.
O caso ainda está em andamento, mas o indiciamento do ex-presidente já marca um capítulo decisivo na história recente do Brasil, com consequências jurídicas e políticas que podem mudar o cenário nacional.
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