O Boticário acaba de dar um passo para se aproximar das consumidoras das classes C e D. Na sexta-feira (9), o grupo anunciou a compra da marca Vult, de Mogi das Cruzes (SP). Mesmo durante a crise econômica, a empresa vinha crescendo entre 40% e 50% anualmente graças à sua proposta de preços baixos. O Boticário não revelou o valor da aquisição, mas a reportagem apurou que a receita anual da Vult hoje gira em torno de R$ 300 milhões.
Tendo como carro-chefe uma linha de maquiagem voltada às classes C e D, a Vult tem produtos vendidos a menos de R$ 10 – valor mais baixo do que o praticado pela Quem Disse, Berenice?, cadeia do Grupo Boticário voltada principalmente à maquiagem.
Depois de lançar uma série de marcas próprias entre 2011 e 2013 – entre elas Quem Disse, Berenice?, Eudora e The Beauty Box – e de firmar sua marca principal nas vendas diretas, um território que tradicionalmente era ocupado por Avon e Natura, o Boticário agora dá passos para atuar no varejo multimarcas.
Embora a Vult tenha alguns pontos de venda próprios, em especial quiosques, fontes do setor de cosméticos dizem que o forte da empresa são as vendas em distribuidores, farmácias e supermercados.
O Grupo Boticário passará a ser dono de 100% do negócio, mas os fundadores da marca, Murilo Reggiani e Daniela Cruz, permanecerão à frente do negócio, pelo menos neste primeiro momento. Procurados, o Grupo Boticário e os fundadores da Vult não quiseram dar entrevista. O Boticário alegou que o negócio depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser concluído.