É estimado que as populações de botos da Amazônia diminuam pela metade a cada 10 anos. Neste ritmo, se não tomarmos nenhuma medida, especialistas afirmam que esta espécie tende a ser extinta em apenas algumas décadas. Uma das ameaças recentes a este golfinho de rio tão icônico é a matança intencional por pescadores para o uso de sua carne como isca para a pesca da piracatinga, um peixe bagre que não é de consumo típico de amazonense, e possui valor comercial no Brasil. Jacarés também são ilegalmente usados como isca para a captura deste peixe.
A piracatinga é exportada ilegalmente para a Colômbia, ou segue rumo ao país via seu vizinho do Peru. O comércio de piracatinga na Colômbia é proibido, já que este é um peixe com altas concentrações de mercúrio e outros tóxicos danosos à saúde.
A morte intencional de botos é um ato ilegal desde 1988, assim como a morte de jacarés, portanto seu uso como isca, assim como o comércio deste peixe na Colômbia, são práticas permanentemente ilegais.
Desde 2015 há uma moratória temporária que proíbe a pesca e comercialização da piracatinga no Brasil. Esta moratória está prevista para acabar em junho de 2022.
Desde outubro de 2021, a Sea Shepherd atua na Amazônia para a conservação dos botos. Os cientistas da Sea Shepherd se uniram a cientistas renomados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que lideram a pesquisa científica mundial sobre o boto rosa, como é popularmente conhecido, ou boto amazônico (Inia geoffrensis)
e o tucuxi (Sotalia fluviatilis), e começam a aprofundar suas pesquisas, que já indicam que essas espécies necessitam constar na lista de risco crítico de extinção pela International Union for Conservation of Nature (IUCN) para receberem a proteção ambiental que necessitam na região.
A pesquisa tem o cunho de informar a saúde populacional e densidade destas espécies e influenciar uma possível extensão do período de vigência da moratória, prevista para terminar ainda no final de junho de 2022.
Para aumentar a conscientização do brasileiro sobre os perigos à espécie, a Sea Shepherd lança neste dia 20 de maio o mini documentário
Rota Vermelha: Crimes na Amazônia Rio Adentro, de produção própria e direção de Bruna Arcangelo – que estava embarcada na última expedição da pesquisa em Março deste ano.
O filme apresenta esta prática, e junto inicia uma petição para a população brasileira exigir pela permanência da moratória para a proteção dos botos da Amazônia. A Sea Shepherd contará com uma divulgação global do documentário para aumentar a conscientização sobre o tema para o mundo.
A premiére mundial do filme será no dia 20 de maio, às 19hs.
O filme será transmitido de maneira virtual a partir de inscrição em sua página de divulgação, abaixo:
https://seashepherd.org.br/rota-vermelha-crimes-na-amazonia-rio-adentro/
A petição está disponível desde já para quem deseja contribuir com a permanência desta lei: