O aumento expressivo no custo do café tem pressionado bares e restaurantes que sentem dificuldades em reajustar os preços, gerando desafios para o setor. Nos últimos 12 meses, o valor do café moído subiu 50,35%, enquanto o cafezinho servido nos estabelecimentos de alimentação fora do lar aumentou 10,49%, segundo o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA).

“De cinco anos para cá, o café subiu 276% e, ao mesmo tempo, o dólar subiu mais de 30%. Podemos afirmar que o custo subiu 300%, ou seja, triplicou de preço. Em razão do aumento dos últimos 45 dias, o impacto foi mais forte agora”, destaca Léo Montesanto, fundador da Coffee++.

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Café mais caro pressiona bares e padocas por reajustes

Essa escalada nos preços tem impacto direto nos custos operacionais dos bares e restaurantes. A alta recente reforça um dilema para os estabelecimentos. Enquanto o custo do café sobe rapidamente, os preços repassados ao consumidor avançam em ritmo mais lento.

Em janeiro, por exemplo, o preço do cafezinho nos bares e restaurantes subiu apenas 2,71%, muito abaixo da alta de 8,56% registrada nos supermercados no mesmo período.

O comportamento dos preços nos bares e restaurantes reflete a dificuldade de um setor que opera com margens reduzidas e precisa manter a atratividade para consumidores cada vez mais cautelosos.

Levantamento da Abrasel aponta que 32% dos empresários não conseguiram reajustar seus cardápios nos últimos 12 meses, enquanto 59% fizeram reajustes abaixo ou apenas acompanhando a inflação.

Para Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, essa contenção nos preços dentro dos estabelecimentos ocorre porque há uma tentativa do setor de segurar a inflação de forma geral, e no caso do café não é diferente.

Café igual toda a cadeia

“O setor tem segurado a inflação de forma geral, e no caso não é diferente, mas há uma dificuldade crescente diante das altas seguidas no preço do insumo. Essa variação faz com que, em termos relativos, tomar café em bares e restaurantes tenha ficado mais barato do que consumir em casa”, afirma.

A resistência em repassar os aumentos ocorre porque o consumidor, pressionado pela perda de poder de compra, tem se tornado mais sensível a reajustes. Muitos empresários tentam manter os preços o máximo possível para não perder clientes fiéis, mas, diante da escalada nos custos, essa estratégia se torna cada vez mais difícil.

 

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