O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa atingiu 49,7 pontos no último mês de março, o que representa uma queda de 5,2% na passagem de fevereiro para março deste ano, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, entretanto, houve uma alta de 15,3%. O indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais otimistas estão os empresários.

Na avaliação dos especialistas do SPC Brasil e da CNDL, a queda na comparação mensal não reverte o avanço do indicador observado ao longo do último ano, mas mostra que o processo de reestabelecimento da confiança será lento, devendo esbarrar em incertezas que rondam o cenário político e econômico. “A oscilação negativa da confiança mostra que a tímida melhora do cenário econômico, com a queda da inflação e dos juros, ainda não se reflete no dia a dia do empresário. 
Medidas como a liberação de recursos do FGTS e as reformas estruturais que estão na pauta podem consolidar a melhorara do ânimo dos agentes econômicos e isso é importante porque consumidores e empresários precisam ter boas perspectivas e identificar melhoras mais palpáveis no cotidiano”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.
Indicador que avalia situação atual cai 2,3%
A maior parte (50%) dos empresários considera que a situação do seu negócio piorou nos últimos seis meses, ao passo que apenas 15% avaliam melhora dentro desse intervalo de tempo. Entre os empresários que passam por dificuldades, a maioria (66%) identificou a queda no volume de vendas como a razão da piora. Também foram mencionados o aumento dos preços de insumo, matérias primas e produtos (17%).
Para 61% dos micro e pequenos empresários o cenário econômico se deteriorou nos últimos seis meses, contra apenas 10,0% que visualizaram melhora. A principal razão do pessimismo é a percepção da gravidade da crise (30%), seguido das incertezas políticas (26%).
“Apesar das recentes boas notícias, como a aceleração da queda da taxa de juros, a melhora nas projeções do PIB para 2017 e a liberação do FGTS, que poderá aliviar a inadimplência e impactar positivamente no consumo, a pauta política ainda instável requer cuidados para qualquer tipo de avaliação”, pondera a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Expectativas atingem 61,2 pontos na escala do indicador; 48% estão confiantes com o futuro da economia
O Indicador de Expectativas, que serve de termômetro para avaliar o que o empresário aguarda para o futuro, também apresentou variação negativa na comparação com fevereiro, mas está acima do observado no mesmo mês do ano passado, inclusive superando o nível neutro de 50 pontos. Em março deste ano ele atingiu 61,2 pontos (em fevereiro deste ano fora 65,4 pontos; em março do ano passado estava em 56,1 pontos).
Quase a metade (48%) dos micro e pequenos empresários estão, de algum modo, confiantes com o futuro da economia brasileira. Quando essa análise detém apenas a realidade da sua empresa, o índice é maior e chega a 57% dos empresários consultados. O percentual de pessimistas com a economia é de 20% e de 13%, quando levado em conta a situação de seus negócios.
A maior parte dos empresários acredita que o faturamento das suas empresas deverá permanecer estável (44%) ou crescer nos próximos seis meses (43%). Em sentido contrário, apenas 8% que acreditam que suas receitas cairão. Entre os que esperam crescimento, quase um terço (33%) não sabe apontar a razão do otimismo, enquanto 21% creditam a melhora ao fato de estarem diversificando o portfólio de produtos ou serviços. Há ainda 19% que estão buscando novas estratégias de vendas e 10% que procuram melhorar a gestão do negócio.