(Reuters) – A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta terça-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um limite para os gastos públicos em primeiro turno, dando uma demonstração de força do governo do presidente Michel Temer no Legislativo em um dos principais testes de sua base de sustentação.
Por 366 votos a 111, deputados aprovaram o texto-base da polêmica proposta, considerada prioritária pelo governo Temer. Depois, rejeitaram emendas que poderiam alterar a matéria. Eram necessários 308 votos para aprovar a medida em primeiro turno.
A “vitória maiúscula”, nas palavras do porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, foi comemorada pelo Planalto. Segundo Parola, Temer recebeu o resultado com satisfação e mantém a ideia que a busca do equilíbrio fiscal é o caminho para a retomada da economia.
O placar é semelhante ao obtido na votação da abertura do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, em abril, quando 367 deputados votaram pela continuidade do processo contra a petista, no que pode ser visto como uma manutenção da base de apoio a Temer.
Ao comemorar o resultado, o líder do governo na Casa, André Moura (PSC-SE), argumentou que o placar é proporcionalmente melhor do que o de abril, já que havia menos deputados no plenário da Câmara nesta segunda-feira.
“Não tenho dúvida que o compromisso da base se mantém”, disse Moura a jornalistas após a aprovação do texto principal da proposta. “Na votação do impeachment tivemos um número maior de parlamentares presentes… a base é ainda maior do que esses 366 votos.”