O trabalhador brasileiro está mais preocupado com sua alimentação: segundo a Pesquisa Refeição Assert Preço Médio 2014, da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador, o aumento percebido pelos estabelecimentos no consumo de frutas no ano passado foi de 61%. No caso das verduras e legumes, houve um crescimento de 69%. E a preferência por sucos naturais subiu impressionantes 70% – em restaurantes executivos, a variação foi de 80%. Pela segunda vez, a pesquisa da Assert monitora a percepção de alimentação saudável por parte de quem prepara a alimentação do trabalhador. E uma das conclusões mais interessantes é que os estabelecimentos que oferecem refeições associam a alimentação saudável a saladas (82% dos entrevistados) e a legumes (por metade da amostra ouvida). A preocupação com a oferta de produtos frescos e bem escolhidos é um quesito praticamente unânime (94%). O brasileiríssimo arroz e feijão ainda não tem seu valor nutricional devidamente reconhecido: menos de um quinto dos entrevistados associa a dupla a uma alimentação saudável. Entre os estabelecimentos que servem o chamado prato comercial, esse reconhecimento é maior: 40% da amostra desse segmento. Independentemente disso, a mais brasileira das combinações gastronômicas é oferecida por 89% dos estabelecimentos. A pesquisa da Assert também apurou o custo do almoço para os trabalhadores. Segundo o estudo, que conferiu o custo das refeições para o trabalhador no almoço, de segunda a sexta-feira, em restaurantes que trabalham com vales/tíquetes refeição, nos sistemas Comercial, Autosserviço, Executivo e A La Carte, o preço médio da refeição composta por um prato mais bebida, sobremesa e café é de R$ 30,14. As variações regionais são pequenas e vão de R$ 28,20 no Sul, até R$ 31,44 no Centro-Oeste. ???O montante que um trabalhador gasta por mês para se alimentar durante o trabalho é significativo, comprovando que o Programa de Alimentação do Trabalhador do Ministério do Trabalho e Emprego continua sendo um importante instrumento de inclusão social???, alerta Artur Almeida, presidente da Assert. O PAT foi lançado em 1976 e é considerado um dos mais bem sucedidos programas sociais do Brasil. ???Atualmente 17 milhões de trabalhadores com registro em carteira têm acesso ao benefício, sendo que 80% têm renda até cinco salários mínimos, o que nos dá a real dimensão deste benefício???, destaca. Sua relevância é mais acentuada justamente para a população de baixa renda, que sofre mais com a inflação dos alimentos ??? que foi a mais elevada em 2013. ???A sociedade e a economia brasileira ganham muito com o Programa de Alimentação do Trabalhador???, afirma Almeida. ???Ao atender prioritariamente a população de baixa renda, o PAT assume um forte componente social de inclusão, pois garante o acesso à alimentação, que é um direito de todos os seres humanos, beneficiando a sociedade como um todo???, explica. ???E ao elevar a produtividade dos trabalhadores, conforme já comprovado por estudos, o PAT contribui também para a competitividade da economia brasileira???, completa. A boa notícia é que as refeições mais baratas também oferecem opção mais equilibrada do ponto de vista nutricional. ???Em todas as cidades pesquisadas, o chamado prato comercial é a opção mais econômica???, destaca Almeida. Trata-se de prato típico da culinária brasileira, onde a mistura feijão com arroz, rica nutricionalmente, se constitui em sua base essencial. O prato comercial geralmente consiste em arroz, feijão, algum tipo de carne (bife, frango, filé de peixe) e salada, mas, dependendo da localidade podem constar outras opções. ???Embora não ofereça a variedade de um buffet de autosserviço, onde o trabalhador encontra inúmeras opções de saladas, legumes e grelhados, o empratado comercial tem uma excelente relação custo-benefício com boa perspectiva no equilíbrio nutricional e no preço???, ressalta. Não é de se estranhar, portanto, o aumento registrado em 2013 na procura por pratos com arroz e/ou feijão por parte dos consumidores. A variação da procura por pratos que tenham arroz e feijão como componentes foi de 30% na média nacional. Mas nas regiões Norte e Nordeste esse percentual ultrapassou os 40%. A Pesquisa Refeição Assert Preço Médio 2014, da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador, foi conduzida pelo Datafolha por meio de 4.681 entrevistas com padarias, bares, lanchonetes e restaurantes que trabalham com os sistemas de refeição:comercial, autosserviço, executivo e A La Carte que aceitam vales/tíquetes refeição em 49 cidades das 5 regiões do País, sendo que 21 delas são capitais estaduais. Por meio de entrevistas pessoais, a pesquisa levantou 5.580 preços de pratos. O preço médio é obtido a partir de quatro tipos de pratos específicos, que caracterizam os seguintes estabelecimentos: · Comercial ??? $ ??? estabelecimento de padrão médio, com preço baixo e serviço simples; representa 48% da amostragem (*);· Autosserviço ??? $$ ??? estabelecimento que trabalha com preço fixo ou por quilo e nos quais o cliente se serve; representa 63% da amostragem (*);· Executivo ??? $$$ ??? restaurantes diferenciados, que tem garçom, maitre, recepcionista, valorizam a ambientação e o atendimento; o prato executivo, também ofertado como almoço executivo, prato do dia, sugestão do chefe ou sugestão do dia, é servido em dias úteis, somente no almoço, com intuito também de aproveitar trabalhadores usuários do benefício-refeição; é apresentado geralmente em uma lâmina diferenciada no cardápio ?? La Carte; representa 5% da amostragem (*);· A la carte ??? $$$$ ??? estabelecimento que prepara na hora a opção do cardápio escolhida pelo cliente; ambiente mais sofisticado; representa 10% da amostragem (*). (*) a soma dos percentuais dá mais que 100% porque há sobreposição nas categorias, com restaurantes executivos que também oferecem autosserviço, por exemplo.