O Corredor Metropolitano para ônibus não é a forma mais inteligente de melhorar o transporte público regional, envolvendo o eixo Campinas-Santa Bárbara, passando por Hortolândia, Sumaré, Nova Odessa e Americana. Mas, até, reconheço que ajudará a reduzir o tempo que se gasta neste percurso.
O problema maior é o traçado do Corredor Metropolitano. Vou me ater ao caso específico de Nova Odessa, onde o projeto já em execução corta a cidade pela avenida Ampélio Gazzetta. Entre 2001 e 2004, período em que fui vice-prefeito e por meses prefeito em exercício, não aceitei que a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) determinasse que o Corredor Metropolitano cortasse esta avenida, fragmentando a cidade. Medidas legais e com amparo da Câmara brecaram a pretensão dos senhores da EMTU. A opção que nossa administração apresentou foi que o Corredor acompanhasse o leito do Ribeirão Quilombo, com obras que urbanizariam toda aquela região (do Jardim São Jorge ao Fadel) e eliminariam as enchentes. Além disso, teríamos menos interrupções de ruas, não cortaríamos avenidas e não prejudicaríamos o comércio.Os prefeitos que nos sucederam não pensaram assim e, como a obra esta em execução onde a EMTU queria, entendo que aceitaram o projeto inicial da empresa. A avenida Ampélio Gazzetta tinha três faixas de rolamento e um amplo canteiro central. Nas três faixas existentes o trânsito de ônibus, caminhões, carros, motos e bicicletas já era apertado (mas suportável) em horários de pico. O Corredor está ???pegando??? para ele uma faixa exclusiva, onde só ônibus irão transitar. Sobram duas para o restante dos veículos e ciclistas. Me parece pouco hoje e muito pouco para o futuro. Com três faixas de trânsito veículos podiam estacionar em frente aos estabelecimentos comerciais existentes. Com a obra creio que isto não será mais permitido, a menos que decidam que só uma faixa seja suficiente para suportar todo o trânsito. Ruas importantes que cortam a avenida, parece que serão interrompidas, ensejando contornos para acesso de um lado a outro da cidade. Preocupa ainda a questão da segurança domiciliar e comercial no entorno do Corredor, inserido em área densamente povoada. Resumindo; não enxergo nenhum benefício a implantação desta obra no local autorizado. O futuro, não tão distante, mostrará o prejuízo para a cidade.Em tempo: em Santa Bárbara moradores não estão aceitando o Corredor no traçado proposto, por questões de mobilidade urbana e impacto ambiental. O Promotor do GAEMA (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio-Ambiente) vai visitar a obra. Seria interessante que desse uma esticadinha até Nova Odessa.
Luciano Domiciano (jornalista e ex-vice-prefeito de Nova Odessa)