O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar mal das vacinas contra a covid-19 e exaltou a ivermectina e a hidroxicloroquina – dois remédios ineficazes contra a doença. Bolsonaro ainda afirmou que estão “enchendo o saco” dele para tomar vacina.
“Posso perder muita coisa na vida, mas não vou perder minha honra. Não posso perder o que na minha vida é fantástico pra mim, assim como é para o Neymar quando faz um gol, estar no meio do povo”, declarou Bolsonaro em evento de troca de ministros, que deixam o governo para disputar cargos eletivos.
“Mesmo com as críticas, eu tenho que estar no meio do povo. Inclusive, Queiroga, sem máscara. O problema é meu, a vida é minha! ‘Ai, não tomou vacina’, tem gente que quer que eu morra e fica me enchendo o saco para tomar vacina. Deixa eu morrer!” Bolsonaro foi aplaudido pelos presentes, inclusive pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que riu após a fala do presidente.
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Em seguida, sem apresentar qualquer prova, Bolsonaro falou em baixa mortalidade por covid na África e relacionou com o hábito de africanos de tomarem ivermectiva e hidroxicloroquina para outras doenças, como a malária. A ivermectina e a hidroxicloroquina não tem qualquer efeito no tratamento ou na prevenção da covid-19.
Na abertura do discurso feito nesta quinta, 31 de março, data que marca os 58 anos do golpe militar, Jair Bolsonaro exaltou a ditadura e os militares que ocuparam a presidência durante o período. O presidente também falou sobre “ideologia de gênero” e criticou Paulo Freire.
Veja quem são os ministros que deixam o governo:
Walter Braga Netto, da Defesa
Damares Alves, da Mulher Família e Direitos Humanos
Flávia Arruda, da Secretaria de Governo
Gilson Machado, do Turismo
João Roma, da Cidadania
Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia
Onyx Lorenzoni, do Trabalho e Previdência
Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional
Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura
Tereza Cristina, da Agricultura