Motoristas da Uber no Brasil decidiram aderir ao movimento internacional de protesto contra a empresa em razão da abertura de capital do aplicativo na Bolsa de Valores, que deverá ocorrer nesta sexta (10). Por aqui, associações e condutores sugerem que todos desliguem o aplicativo a partir da 00h desta noite até as 23h59 desta quarta (8).
O UOL Tecnologia apurou que a adesão à greve parte tanto de motoristas independentes quanto de associações estaduais – envolverá ao menos São Paulo, Rio de Janeiro, Minais Gerais, Rio Grande do Sul. Tocantins, Pernambuco, Espírito Santo e Bahia. A comunicação entre os condutores se dá por grupos de WhatsApp e Telegram, além de páginas do Facebook.
Os motoristas não conseguem estimar o potencial do ato, já que há apenas uma “sugestão” para que todos os condutores incomodados com práticas da empresa desliguem o app. Além disso, um ato convocado por motoristas está programado para acontecer em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, na manhã desta quarta (8). Eles devem se deslocar até a Bolsa de Valores paulista.
“A paralisação é por causa do IPO da Uber. ?? uma forma de retaliação. A Uber só está crescendo em valor. Quem é que produziu isso? Foi o motorista, que não é reconhecido. Não tem aumento há anos e os combustíveis estão aumentando duas vezes por semana”, afirmou ao UOL Tecnologia Eduardo Lima, presidente da Amasp (Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo).
Motoristas querem valorização e segurança
Por trás do ato mundial, que começou com um movimento norte-americano, está a tentativa de motoristas terem aumento no valor recebido. A sugestão é que haja um reajuste na tarifa básica cobrada do passageiro, além de aumento no valor por quilômetro rodado – demanda parecida à feita em protesto recente em São Paulo. “Não tem como você manter a prevenção do seu veículo em dia com uma tarifa desta.
A gente sabe que isso é em parte culpa do governo, ele que proporciona os impostos. E aí afeta o sistema. Como o governo não baixa o combustível, temos que pressionar os aplicativos para que aumente o valor da tarifa para o motorista ter um lucro maior”, explica Eduardo.
Eduardo pede que haja um aumento de R$ 2 na tarifa básica, além de que a Uber baixe para de 15% a 20% a taxa cobrada do motorista por corrida. Já outras entidades citam que é necessário também que medidas de segurança novas sejam impostas pelo app.
“Temos alguns problemas de tarifa, mas o foco principal hoje no Rio de Janeiro é a segurança. Hoje mesmo faleceu um motorista no Rio”, diz Denis Moura, presidente da Ampa-RJ (Associação de Motoristas Particulares Autônomos do Rio de Janeiro).
Entre as medidas que Denis cita está um cadastro mais rigoroso de passageiros e inclusão de foto do passageiro no app. Além disso, Denis pede um veto para apelidos no app usado por passageiros e também que corridas para terceiros (quando uma pessoa pede em nome de outra) sejam melhoradas na plataforma.
Com informações UOL