“Herança do Bem”: Dívidas de R$ 1,4 Bilhão e Obras Paralisadas Marcam Legado de Dalben em Sumaré
Dalben deixa “Herança do Bem” com dívida de R$ 1,4 bilhão, obras paralisadas, falta de vagas nas escolas, fila de consultas médicas e prédios públicos em péssimas condições
Também há déficit de 43 agentes da GCM (Guarda Civil Municipal), e viaturas estão sem manutenção.
O relatório final da equipe de transição do prefeito eleito, Henrique do Paraíso (Republicanos), mostra que, após oito anos de administração da “família Dalben”, Sumaré está em uma verdadeira situação de “terra arrasada”. Dívidas, obras paralisadas, falta de servidores públicos e de vagas em creches, fila com milhares de pacientes aguardando consultas médicas, prédios públicos sem manutenção e desabastecimento de água representam o contexto da “herança do bem” que está sendo deixada para o próximo gestor.
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O levantamento foi finalizado na sexta-feira (20). No entanto, a equipe de transição de Luiz Dalben (PSD) apresentou relatórios com dados incompletos em áreas essenciais, como saúde e educação. Assim, o conhecimento pleno de toda a estrutura administrativa da Prefeitura de Sumaré somente será possível quando o próximo governo assumir, em janeiro.
Finanças
No setor de finanças, a dívida consolidada total é de R$ 1,4 bilhão. Tal valor corresponde a 93% de todo o orçamento que Sumaré terá em 2025 para realizar as despesas. A LOA (Lei Orçamentária Anual) aprovada para o próximo ano é de R$ 1,5 bilhão. Dessa forma, investimentos em novos projetos estão limitados em razão das dívidas.
Sobre o cenário financeiro, a gestão Dalben deverá deixar uma dívida de R$ 200 milhões referente ao ano de 2024. Há também a necessidade de pagar R$ 25 milhões em precatórios, e existe um déficit de R$ 474,5 milhões no regime de previdência.
Além disso, há, em média, atrasos de dois meses nos pagamentos de fornecedores e prestadores de serviço da Prefeitura de Sumaré. Com contratos vencidos e outros próximos do vencimento, existe o risco de paralisação de serviços públicos prestados à população.
Obras Paralisadas
Em razão de problemas nos contratos, as construções da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Maria Antônia, da Escola Municipal do Jardim das Águas e do Hospital Municipal do Jardim Macarenko estão paralisadas. No caso da unidade escolar, a empresa responsável pelo serviço solicitou o encerramento do contrato. Há também lentidão nas obras dos viadutos na região central, o que prejudica motoristas e pedestres.
Outro grave problema que a população de Sumaré enfrenta é a falta de água. Para piorar, a relação com a concessionária BRK é conflituosa. Há o risco de execução de multa pelo MP (Ministério Público).
Educação
Atualmente, existe uma fila de espera de 1.840 crianças para vagas nas escolas municipais. Há suspeitas de irregularidades nas seleções dos gestores educacionais. Outro problema é que apenas 3% do orçamento do setor, previsto para 2025, foi destinado a reformas e manutenção dos prédios escolares. Além disso, não existe um setor específico de engenharia para serviços corretivos e preventivos nessas unidades.
Saúde
Na Secretaria de Saúde, há uma fila de pelo menos 1.554 consultas com médicos especialistas, além de uma demanda acumulada de milhares de exames diagnósticos, como tomografias. Também foi identificada a necessidade de revisão em diversos contratos e a baixa eficiência em processos administrativos.
Segurança Pública
Na área da Segurança Pública, o relatório apontou que apenas 43 agentes da GCM (Guarda Civil Municipal) estão fazendo o patrulhamento, divididos em turnos. Com uma população de aproximadamente 280 mil pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tal número é insuficiente para atender os moradores, de acordo com especialistas. A população tem sofrido com roubos, furtos e casos de violência doméstica em todas as regiões da cidade.
Também há problemas estruturais, como a falta de ração e vacinas para os cães do Canil da Guarda Municipal.
Tecnologia e Assistência Social
O levantamento mostrou que faltam espaços e equipamentos adequados para atender às demandas da comunidade no setor de Assistência Social. Sumaré corre o risco de perder convênios e recursos devido a atrasos no cumprimento de cláusulas, como em acordos firmados com o Ministério das Cidades.
A estrutura administrativa de Sumaré também sofre com defasagem tecnológica. Os sistemas de gestão e informação são antigos, ineficientes e inadequados para as demandas da cidade.
Por fim, há o acúmulo de lixo nas sete regionais, causando transtornos à população em diversos pontos do município.
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