A Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou 1.284 internações entre os dias 09 e 15 de maio, período correspondente à 19ª Semana Epidemiológica. Mesmo com a queda de novos casos registrada nas últimas semanas, a quantidade de internações superou a contabilizada no pior momento da pandemia, em julho de 2020. Naquela época, o número máximo de pacientes internados, no mesmo intervalo de 7 dias, chegou a 1.220. (VER NOTA COMPLETA)

Segundo análise do infectologista André Giglio Bueno, publicada em nota do Observatório PUC-Campinas, os dados demonstram que a RMC vivencia um período de estabilidade em patamares elevados. Em outras palavras, nem mesmo a redução de novos casos tem sido capaz de aliviar o sistema de saúde, que continua sobrecarregado. A taxa de ocupação de leitos do SUS segue com percentual superior a 90%.

O médico acrescenta que os padrões verificados em abril, os quais motivaram o Governo de São Paulo a adotar medidas menos restritivas da quarentena, já foram modificados. Com o aumento das flexibilizações, permitindo o funcionamento de estabelecimentos em horários estendidos, a desaceleração de internações foi revertida para uma estabilização em patamares elevados.

“Tendo em vista tal cenário, associado à baixa cobertura vacinal, à baixa adesão da população e à postura persistente do governo federal, que segue espalhando mensagens equivocadas sobre a situação da pandemia, torna-se real a possibilidade de regredirmos no combate à transmissão da doença. Em pouco tempo, poderemos vivenciar um novo crescimento dos casos”, esclarece o professor de Medicina da PUC-Campinas.

Na 19ª Semana Epidemiológica, a variação de casos e mortes na região permaneceu negativa. O número de novas contaminações caiu 2,40% comparando-se à semana anterior. Em relação aos óbitos, a queda foi de 11,05%. O mesmo comportamento se deu no Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas) e no município de Campinas. Os dados atualizados podem ser obtidos no site do Observatório: https://observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19/.

Possibilidade de 3ª onda reduz expectativas na economia

Depois de boas notícias em março, com a criação de 5,3 mil postos de trabalho, e em abril, após aumentos de 57,2% nas exportações e 18,2% nas importações, a possibilidade de uma 3ª onda, apontada por especialistas da saúde, reduz as expectativas de retomada da economia regional. De acordo com o economista Paulo Oliveira, que coordena os estudos relativos à covid-19 pelo Observatório PUC-Campinas, o avanço e a eficácia da vacinação são fatores preponderantes para a recuperação da economia.

“Porém, apenas 17,7% da população do DRS-Campinas recebeu a primeira dose, enquanto cerca de 9,8% recebeu a segunda. Sem a aceleração na taxa de vacinação, e na ausência de medidas realmente efetivas para a proteção do emprego e da renda, a retomada da atividade econômica regional vai ser desnecessariamente lenta”, alerta o professor extensionista.