O prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, anunciou nesta semana de aniversário de 116 anos da cidade que a Prefeitura de Nova Odessa vai promover o desassoreamento do trecho total de aproximadamente 8 quilômetros do Ribeirão Quilombo, que corta o município “de ponta a ponta”. Será a primeira vez em que o rio é desassoreado ao longo de todo o trajeto que cruza Nova Odessa numa única etapa.

Tão logo esteja autorizado, o serviço deve levar até oito meses para ser concluído. A obra foi viabilizada sem a utilização de recursos públicos, o que preserva o Orçamento do município para outras prioridades.

“Recuperar o Quilombo é uma responsabilidade conjunta de todas as cidades em que ele passa, e Nova Odessa está fazendo a sua parte, limpando todo o rio entre os limites de Sumaré e de Americana. Assim, estamos reforçando nosso compromisso com o meio ambiente e com toda a Bacia PCJ”, comentou o prefeito.

Contrapartida

Trata-se de uma contrapartida de R$ 1,1 milhão da empresa América de Ouro Empreendimento Imobiliário Ltda, responsável por um novo loteamento residencial a ser implementado na cidade, o Parque Vila América Nova Odessa.

O termo de compromisso, assinado pelo empreendedor com a Prefeitura neste mês de maio, compreende a elaboração do projeto executivo, incluindo estudos de batimetria, além do licenciamento ambiental e a doação de uma escavadeira hidráulica para a realização dos serviços de desassoreamento. A ação será realizada pelas Secretarias Municipais de Obras, Projetos e Planejamento Urbano e do Meio Ambiente, seguindo todas as normas técnicas e ambientais vigentes.

“A empresa vai destinar R$ 650 mil para o projeto executivo e licenciamento da intervenção, mais a doação de uma escavadeira hidráulica de R$ 500 mil. A operacionalização do serviço será feita pela Prefeitura e Coden”, explicou o diretor presidente da concessionária de Saneamento, Elsio Boccaletto.

Trata-se da segunda grande obra anunciada nesta semana – a primeira foi a nova represa da área verde ao longo da Rua Fioravante Martins, a partir do entroncamento com a Avenida Ampelio Gazzetta, também viabilizada como uma contrapartida.

O Rio

Caracterizado por uma ocupação majoritariamente urbana de seu entorno, o Ribeirão Quilombo é um dos rios mais poluídos da RMC (Região Metropolitana de Campinas) e, nos últimos anos, tem sido bastante afetado com o acúmulo de lixo e despejo irregular de esgoto em seus 54,7 km de extensão – desde a sua nascente, na cidade de Campinas, até a sua foz no Rio Piracicaba, no município de Americana.

Nova Odessa diferencia-se no cenário da bacia por ter 98% da população com acesso à coleta de esgoto e ser uma das poucas cidades a tratar 100% do esgoto coletado, devolvendo água praticamente limpa ao Ribeirão Quilombo.

O desassoreamento vai retirar do fundo do rio o material acumulado. “Sem esse tipo de ação, o fundo permanece cheio de sedimentos e a capacidade de vazão do rio é reduzida, o que facilita os eventuais transbordamentos”, explicou o secretário do Meio Ambiente de Nova Odessa, Walter Bonaldo Filho.

O período de realização da obra será definido após a realização da batimetria (técnica que mede a profundidade do leito). De acordo com a diretora do Meio Ambiente da Prefeitura de Nova Odessa, Daniela Helena Fávaro, para manter o desassoreamento por um período maior, estuda-se a possibilidade de instalação de escadas hidráulicas e caixa de sedimentação no limite com Sumaré.

Essas medidas serviriam, respectivamente, para diminuir a velocidade das águas no período de chuvas e minimizar o escoamento de resíduos em todo o percurso desassoreado. “Além do desassoreamento, estamos estudando a possibilidade de construção de um parque linear nas áreas que forem utilizadas para a entrada das máquinas na beira do ribeirão”, diz a bióloga.