A substância sintética MDMA, princípio do ecstasy, deixa as pessoas mais cooperativas, podendo ser uma nova forma de tratamento contra estresse pós-traumático, segundo um novo estudo, realizado no King´s College. Publicada no Journal of Neuroscience, a pesquisa é a primeira investigação sobre como o MDMA altera o comportamento cooperativo.
Mas a ideia não é “drogar” os pacientes. O MDMA usado na terapia é puro e usado em doses controladas. Ele não tem relação com o ecstasy, que é misturado com substâncias tóxicas. A substância altera a química do cérebro, aumentando a atividade da serotonina. Por esse motivo, ela afeta o humor, o sono, o apetite, a confiança e a excitação sexual.
No estudo atual, os cientistas recrutaram 20 homens adultos sem histórico de doenças psiquiátricas ou outras doenças neurológicas. Os voluntários tomaram uma dose de 100mg de MDMA ou um placebo e depois completaram várias tarefas. Enquanto eles faziam os testes, os pesquisadores registravam imagens de seus cérebros com um exame de ressonância magnética.
Os resultados mostraram que a cooperação aumentou à medida que os jogos progrediam para os jogadores que tomavam MDMA. A partir dos exames de ressonância magnética, a equipe pôde ver que a substância alterou a atividade cerebral. O mesmo não ocorreu com os participantes que tomaram o placebo. Os resultados são um passo para a liberação do tratamento do transtorno com a substância. 
Quando associado à psicoterapia, o MDMA permite aos pacientes confrontar memórias, pensamentos ou sentimentos e aumentar a empatia por outras pessoas e por si mesmo. “Este trabalho fornece novos insights sobre o impacto do MDMA nas interações sociais, enfatizando o papel do comportamento dos outros em relação a nós”, dizem os cientistas.