O investimento no Programa de Sustentabilidade Hídrica de Nova Odessa tem resultados práticos que podem ser comprovados neste período de estiagem. A nascente do sítio do agricultor Sílvio de Campos estava ‘seca’ em 2014. Após as ações de recuperação ??? que ainda estão em andamento ??? ela é considerada a nascente modelo de 2017 e hoje tem vazão de aproximadamente 80 litros de água por minuto. Numa comparação básica, a média de consumo de água diário de um brasileiro é de 200 litros de água. A vazão no sítio de Campos seria suficiente então para atender a demanda de 576 pessoas diariamente. “Esses números não são exatos, mas servem de comparação para mensurarmos a importância de uma nascente. Nova Odessa tem 167 nascentes mapeadas e buscamos, com ações diárias, recuperar e preservar essa importante fonte de recursos hídricos”, disse o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza, que também é presidente do Consórcio das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Fernanda Dagrela, diretora de Meio Ambiente, lembra que as ações de preservações de nascentes e uso racional de água deve ser uma preocupação constante de toda a população. “Passamos por um período muito difícil em 2014 e as pessoas aprenderam a economizar água. Porém, mesmo agora, quando nosso sistema de abastecimento está com 84% de sua capacidade graças ao desassoreamento, é importante usar a água com sabedoria, porque é um recurso que pode acabar”, lembrou. “Proprietários de sítios e fazendas precisam ter a consciência de que as nascentes precisam ser cercadas, para evitar a passagem de animais que podem causar o assoreamento, além de ter a mata ciliar recuperada. Também é importante fazer as curvas de nível nas plantações para que a água seja ‘armazenada’ por mais tempo e abasteça o lençol freático. A população pode contribuir usando a água com cuidado, mas também preservando espaços permeáveis quando planejarem suas construções”, explicou Dagrela. O Programa de Sustentabilidade Hídrica de Nova Odessa é desenvolvido em parceria com o professor e pesquisador Rinaldo Calheiros, do IAC (Instituto Agronômico de Campinas). As ações a curto, médio e longo prazo, têm como objetivo produzir, reservar e proteger os mananciais de abastecimento municipal. A iniciativa, adotada em 2014, quando a região enfrentou a pior estiagem em mais de 80 anos, foi modelo para toda a Região Metropolitana de Campinas.