A Secretaria de Cultura e Turismo de Americana promove, na próxima terça-feira (23/4), uma nova edição do projeto Ciclo de Palestras Históricas, desta vez com o tema “Maria Firmina dos Reis, literatura e escravidão: diálogos entre uma escritora maranhense e as cartas de uma escrava da Campinas do XIX”. O evento será realizado às 19 horas, no plenarinho da Câmara Municipal, com a palestrante Luciana Martins Diogo. A entrada é franca e limitada a 60 lugares. As reservas podem ser feitas pelo e-mail historiadorescarioba@gmail.com.
Maria Firmina dos Reis (1822-1917) é uma das inauguradoras do romance de autoria feminina no Brasil. Ela foi autodidata, tornou-se professora de primeiras letras em 1847, aos 25 anos. Em 1859, publicou “??rsula”, assinado apenas com a indicação “Uma Maranhense”. Essa obra entra para a história da literatura nacional como primeiro romance antiescravagista brasileiro, pioneiro em dar voz a personagens negras escravizadas. Abordou a opressão de homens sobre mulheres, de ricos sobre pobres, de brancos sobre negros.
Nesta palestra, os organizadores pretendem analisar a obra de Maria Firmina à luz de textos históricos reais que narram a história de Teodora Dias da Cunha, que nasceu na África, foi conduzida como escrava à zona rural de São Paulo, provavelmente pelas proximidades de Limeira, por volta de 1862, foi negociada em Campinas, vendida e remetida a São Paulo. Conheceu então Claro Antonio dos Santos, pedreiro, crioulo do Paraná, escravo de ganho, que sabia ler e escrever. A ele, Teodora ditou sete cartas. Esse material pode auxiliar na identificação dos elementos que marcaram a expressão da vontade, da história pessoal e de seu significado, por parte do próprio africano negro escravizado. A partir desse material, serão discutidas as relações entre literatura e escravidão presentes na obra ficcional de Maria Firmina dos Reis.
O plenarinho fica no terceiro andar da Câmara Municipal, na Praça Divino Salvador, Jardim Girassol.