Uma reunião de trabalho na semana passada na Prefeitura deu início à parceria que visa a realização de uma verdadeira “faxina” de cabos “mortos” (fios de serviços de telecomunicação sem utilização, geralmente, acabam caídos sobre imóveis, calçadas ou até mesmo vias públicas, representando riscos de acidentes) em postes de todos os bairros de Nova Odessa. Esse é, aliás, o nome do programa proposto pela concessionária CPFL Energia, “Faxina de Cabos”.
A ação consistirá na retirada de fios e cabos inutilizados, muitos dos quais se encontram caídos ou “enrolados” de maneira precária. Os preparativos já estão em andamento, e incluem um levantamento de pontos críticos das redes de energia, telefonia, TV a cabo e internet, seguido por uma “setorização” da malha urbana – bem como, paralelamente, de adequações que serão necessárias na legislação municipal sobre o tema.
Participaram da reunião com o prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, os vereadores Marcia Rebeschini e Oseias Jorge – além da secretária municipal de Obras e Planejamento, Miriam Lara Netto, do engenheiro da Prefeitura Emerson Príncipe Padela e da consultora de Negócios da CPFL Energia, Talita Pinotti.
Pela proposta, a concessionária será autorizada a promover uma varredura em toda a rede de distribuição elétrica da cidade compartilhada com outros tipos de cabos. Em seguida, a própria CPFL fará a notificação das irregularidades encontradas envolvendo fiação das outras prestadoras de serviços que ocupam postes no município, como operadoras de telefonia e internet, dando-lhes um prazo para regularizar o problema.
Se este prazo não for cumprido, aí sim o Município vai entrar em ação para autuar e, se necessário, multar as empresas prestadoras de serviços de telecomunicação compromissárias que “dividem” os postes de energia com a CPFL. Ao mesmo tempo, em caso de continuidade da irregularidade, a concessionária vai encaminhar a situação de “conflito” às ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e à ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), reguladoras dos serviços.
“Existe uma diferença entre as manutenções preventivas, os pontuais, a partir de reclamações de moradores ou da comunicação do Poder Público, e as emergenciais, quando acontece um acidente ou um caminhão alto que passa e ‘arrasta’ os cabos. Mas as empresas de telecomunicação têm de ter um protocolo de atendimento rápido, porque muitas vezes são questões que envolvem a segurança dos moradores”, apontou Miriam.
O prefeito Leitinho lembrou que a Prefeitura de Nova Odessa já vem atuando neste assunto desde o início de sua gestão, em 2021, mas esbarrando nas limitações impostas pelas regras da concessão do sistema de distribuição de energia elétrica, que não é municipal.
“Com esse programa e essa parceria com a concessionária, adequando a legislação municipal com apoio dos vereadores, poderemos ter uma atuação mais forte neste tema, e com certeza vamos ver resultados mais rápidos na ‘faxina’ de cabos soltos. É uma parceria importante para nossa população, sem dúvidas”, afirmou o chefe do Executivo.
“Vamos construir, junto com os demais vereadores, um projeto de lei que vai normatizar esse serviço (do Programa Faxina de Cabos Mortos), ampliando esse poder de fiscalização para abranger também as empresas de telefonia, TV e internet”, comentou a vereadora Marcia Rebeschini.
“Para a CPFL Energia, é essencial essa parceria com as prefeituras, nos dando o poder de fazer a fiscalização inicial, porque são cabos sem valor comercial para as empresas de telecomunicações, mas que muitas vezes representam riscos. É um trabalho que temos feito em outras cidades e que tem dado certo”, completou Talita Pinotti.