Por que gostamos de ‘O Homem-Aranha: de volta ao lar’? Talvez um dos motivos seja que ele se apresenta como “o amigo da vizinhança”, ou seja, parece estar pronto a nos ajudar numa sociedade em que cada um muitas vezes tem apenas a si mesmo como companheiro e consolo.
Talvez porque, em sua juventude, embora repleto de boas intenções, surge muito atrapalhado, sem controle dos próprios poderes. Sem saber como lidar com seus elementos diferenciadores e mesmo com a vida amorosa, é igual a todos nós. Isso o humaniza e o torna uma espécie de companheiro de caminhada existencial. Talvez porque a sua relação com o Homem de Ferro é a de um pai com filho. Há respeito e a admiração; mas também rebeldia e desejo de provar que se é melhor do que realmente se é e de que se está pronto para desafios cada vez maiores. Aprender com os próprios erros é um mérito, mas, quando isso envolve uma cidade inteira, é preciso tomar cuidado. Talvez as oscilações entre ser herói e ser adolescente, ou ainda, entre lidar com rivais muito além de nossa imaginação, como o Abutre, e, ao mesmo tempo, enfrentar o cotidiano de uma escola, sejam o que há de mais fascinante no recente filme do personagem. Ser especial e normal ao mesmo tempo é para poucos. O Homem-Aranha consegue! Oscar D’Ambrosio, Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.