Processo de Dr. Rovina contra Profª Juliana é arquivado
Ministério Público arquivou denúncia de gesto e fala obscenos; vereadora aciona Conselho de Ética
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O Ministério Público de Americana arquivou, por falta de provas, a denúncia do vereador Dr. Rovina (PL) contra a vereadora Professora Juliana (PT), por possíveis gestos obscenos com a boca e palavras ofensivas na sessão da Câmara Municipal do dia 5 de agosto. A parlamentar expôs a situação na tribuna nesta terça-feira (28) e informou ter acionado o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para apurar a conduta do colega.
As divergências ocorreram na sessão do dia 5 de agosto, com resquícios na sessão seguinte, em 12 de agosto. Na época, a petista se pronunciava contra críticas públicas feitas pelo chefe de gabinete Franco Sardelli e um radialista da cidade. Segundo ela, ambos a estariam ‘perseguindo’ e ‘intimidando’, para impedir seu trabalho fiscalizatório na cidade.
Professora Juliana cita que estaria sofrendo violência política de gênero, acusando Dr. Rovina de “manipular” e “distorcer” fatos com o intuito de deslegitimá-la devido a sua postura de defensora de algumas pautas. Além disso, de tentarem “arranhar sua reputação”.

Perseguição
A vereadora também citou que a manifestação posterior de Rovina, de ler um texto elogiando as demais vereadoras e atribuir a elas qualidades, somente reforçaria a suposta perseguição. “Pra tentar constranger mais uma vez, de tentar diminuir o nosso mandato, que tem uma marca muito forte de trabalhar pra população com independência e autonomia”, acrescenta.
A vereadora ainda lembrou o colega sobre o caso do vereador Felipe Corá (PL), de Santa Bárbara d’Oeste, condenado em abril de 2022 a pagar R$ 8 mil por vídeo com ataquesa ela, incluindo que a petista deveria ‘lavar a boca dom ácido sulfúrico’ antes de criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por fim, Professora Juliana citou ter ingressado com denúncia no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Legislativo americanense contra Dr. Rovina, para apurar o que ela chama de “condutas reincidentes” contra a sua pessoa. “Ofende não só a mim, mas a todas vereadoras e esta Casa (de Leis)”, conclui.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar é formado pelos vereadores Lucas Leoncine (PSD), presidente, Marcos Caetano (PL) e Pastor Miguel Pires (PRD), membros, além dos suplentes Talitha de Nadai (PDT), Renan de Angelo (Podemos) e Gutão do Lanche (Agir).
O Novo Momento pediu o posicionamento do presidente do Conselho de Ética sobre o processo. “Até o momento o Conselho de Ética não recebeu nenhum processo. Se a procuradoria entende que a denúncia é procedente e que deverá ser encaminhado a este conselho, estaremos prontos para tratar o assunto”, informou Leoncine.

Dr. Rovina
Questionado pelo NM, o vereador Dr. Rovina enviou a seguinte nota através de sua assessoria:
“As manifestações da nobre parlamentar, ao que tudo indica, decorreram do fato de eu ter elogiado publicamente a atuação de outras vereadoras desta Casa, com base em sua conduta, postura e contribuição durante as sessões legislativas. Em nenhum momento tive a intenção de desmerecer qualquer outro mandato, tampouco promover distinção pessoal ou de gênero.
Ressalto que sempre pautei minha conduta pelo respeito mútuo, pelo diálogo e pela valorização da atuação de todos os parlamentares, independentemente de gênero. Reprovo qualquer interpretação que busque distorcer minhas falas para atribuir a mim condutas discriminatórias ou ofensivas.
Tomei conhecimento de que a vereadora encaminhou representação ao Conselho de Ética. Diante disso, aguardarei com tranquilidade o parecer da comissão competente, reafirmando minha confiança nos trâmites legais e regimentais desta Casa.
Reitero meu compromisso com a ética, o respeito institucional e a boa condução dos trabalhos legislativos”.
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