O sonho do PT de caracterizar o PSDB como um partido de direita parece cada vez mais próximo. Os tucanos passam agora por uma crise para definir se adotam ou não o rótulo de neocon (neoconservadores), muito forte nos EUA com os Republicanos. Parte do partido reluta em abraçar a causa, mas as demonstrações dos líderes do partido apontam para o caminho mais reacionário.
CASO 1- A??CIO- O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, referiu-se nesta quinta-feira ao golpe militar de 1964 como ???revolução???. A fala ocorreu no 57º Congresso Estadual de Municípios de São Paulo, em Santos, litoral paulista.
O termo ???revolução??? é comumente usado por militares e simpatizantes do regime repressivo que comandou o Brasil por 25 anos, entre 1964-1985.
Ao ser questionado sobre o uso do termo, Aécio desconversou. ???Ditadura, revolução, como quiserem???. Depois, o senador afirmou que ???era um regime autoritário, que lutamos para que fosse vencido???.
CASO 2- ALCKMIN- A presença do advogado Ricardo Salles no posto de secretário particular do governador Geraldo Alckmin gerou mal-estar entre integrantes do governo paulista e do PSDB. As declarações de Salles questionando a existência de crimes cometidos por militares durante a ditadura foram criticadas ontem por tucanos que combateram o regime, e criaram desconforto em relação à permanência do advogado no cargo.
Membros do partido disseram discordar das opiniões de Salles a respeito da ditadura, feitas no ano passado em comemoração ao golpe de 1964 no Clube Militar.