Empreendedor Aldrin Nery comenta evolução desse tipo de entretenimento e como a participação do publico já é capaz de mudar qualquer plataforma

O reality show A Fazenda, de 2021, tem agitado não só a programação da Record, como tem se tornado um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Recentemente, uma pressão popular vinda de usuários de diferentes plataformas fez com que a direção do programa tomasse uma atitude extrema: a eliminação de um participante.

O caso, envolvendo o artista Nego do Borel e a participante Dayane Mello, ganhou repercussão quando o ex-integrante foi acusado de ter estuprado a colega quando ela estava alcoolizada. Após uma enxurrada de posts, comentários e o pedido para que a emissora tomasse uma providência – além da pressão por parte dos patrocinadores do programa -, veio a decisão de expulsá-lo do jogo. Agora, a Polícia Civil de São Paulo vai investigar a conduta de Nego.

O  fato chama atenção pela forma que o apelo aconteceu. Se antes eram as emissoras que tinham que envolver o público nas decisões, neste caso, foi a própria audiência quem assumiu o controle e levou ao desfecho da situação.

Para o  empreendedor e CEO da agência de marketing A5Mídias,  Aldrin Nery, o comportamento é uma tendência que vem crescendo nos últimos tempos e tende a ficar ainda mais intenso com o avanço tecnológico.

“Esse formato de programa surgiu com a promessa de oferecer interatividade através de participações por telefone e votos na internet. Hoje, o público não quer só votar em quem sai ou fica, quer interferir na dinâmica da casa, dar opinião e fazer julgamento e alterar de algum modo a sociedade dentro e fora da TV”, comenta.

Ainda segundo o especialista, as redes sociais tiveram grande influência nesse processo, já que através dela todos puderam expor seus pensamentos.

“As pessoas estão mais dispostas a dizer o que pensam e a brigar para fazer valer suas opiniões. Antes eram por meio de blogs e fóruns, depois com o Twitter, que oferece um espaço reduzido, e hoje, no Youtube, Instagram e Tik Tok é possível escrever, falar, dançar, criar desafios, hashtags e impactar um número incalculável de pessoas”, completa.

Apesar de não saber como será daqui para frente, o especialista garante: é um caminho sem volta.