Pesquisa do instituto Datafolha, divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, indica que apenas 19% dos brasileiros que têm religião dizem seguir as orientações das lideranças de suas crenças na hora de definir seus votos em eleições. Destes, 4% ainda fazem a ressalva de que só escutam a recomendação se o nome indicado for alguém da sua própria igreja.
A pesquisa ouviu 2.272 pessoas e desconsiderou os 8% entrevistados que disseram não ter religião. Segundo o Datafolha, os evangélicos ouvem mais a opinião política de seus pastores do que a média dos brasileiros em relação a seus líderes religiosos. Entre os pentecostais, são 26% os que seguem em geral e 16% os que já votaram por recomendação religiosa.
Quando a pesquisa recorta apenas entre os neopentecostais, 31% disseram ouvir em geral e 28% declaram já ter votado no nome indicado pelo pastor da sua igreja. Questionados se já votaram em um candidato evangélico, 21% dos entrevistados, entre pessoas de todas as religiões, disseram que sim. Esse índice cai para 15% quando os ouvidos são apenas os católicos e sobe para 31% quando questão é feita aos próprios evangélicos.
A pesquisa também incluiu cenários concretos para as eleições de 2018 e observou as oscilações em relação à preferência religiosa. No cenário considerado o mais provável pelo Datafolha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera entre todos os grupos, mas tem resultado 25% maior quando se comparam católicos e evangélicos: entre os que professam sua fé na igreja do papa Francisco, 40% optariam pelo petista, número que é de 32% entre os pentecostais e neopentecostais.