Restringir o consumo de açúcar A síndrome metabólica é um conjunto de condições – aumento da pressão arterial, alto nível de glicose no sangue, excesso de gordura corporal ao redor da cintura e níveis anormais de colesterol – que ocorrem em conjunto e aumentam o risco de doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais e diabetes. Outras doenças associadas à síndrome metabólica, como a doença hepática gordurosa não alcoólica e a diabetes tipo 2, ocorrem agora com muita frequência em crianças. Esses distúrbios até há pouco tempo atrás eram desconhecidos na população pediátrica. Os participantes do estudo foram selecionados num hospital de San Francisco especializado em obesidade e síndrome metabólica.  O recrutamento foi limitado a jovens latinos e afro-americanos devido ao seu maior risco para certas condições associadas à síndrome metabólica, como pressão alta e diabetes tipo 2. No estudo, 43 crianças entre 9 e 18 anos que eram obesas e tinham pelo menos um outro distúrbio metabólico crônico, como hipertensão, níveis elevados de triglicerídeos ou um marcador de gordura no fígado, receberam nove dias de comida, incluindo todos os lanches e bebidas, com restrição de  açúcar, mas com amido  para manter os mesmos níveis de gordura, proteína, carboidratos e calorias que suas dietas anteriormente informavam. Os níveis sanguíneos em jejum, de pressão arterial e de tolerância à glicose foram avaliados antes da adoção do novo plano de cardápio. O menu do estudo restringiu o açúcar adicionado (permitindo frutas), mas o substituiu adicionando outros carboidratos, como bagels, cereais e massas para que as crianças ainda consumissem o mesmo número de calorias de carboidratos, como antes. O açúcar total foi reduzido de 10-28%, a frutose de 4-12% do total de calorias, respectivamente. As opções de comida foram concebidas para ser “comida de criança”: cachorros-quentes, batata frita e pizza foram adquiridos em supermercados locais para substituir o  açúcar de cereais, doces e iogurtes. As crianças ganharam uma balança e tinham que se pesar todos os dias com o objetivo de verificar a estabilidade de peso, não a perda de peso. Quando a perda de peso ocorreu (uma diminuição de uma média de 1%, ao longo do período de 10 dias, mas sem alteração na gordura corporal), foram fornecidos mais alimentos com baixo teor de açúcar. Reduzindo efeitos metabólicos prejudiciais da obesidade Após 9 dias da dieta de açúcar restrito, praticamente todos os aspectos da saúde metabólica dos participantes melhoraram, sem alteração de peso. A pressão arterial diastólica diminuiu 5 mmHg, os triglicerídeos em 33 pontos, o colesterol LDL (conhecido como colesterol “ruim”) em 10 pontos e os testes de função hepática melhoraram. A glicemia em jejum baixou 5 pontos e os níveis de insulina foram reduzidos em um terço.