Nesta sexta-feira (27), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição da operação da Subway pela Zamp, empresa que também administra as marcas Burger King e Popeyes no Brasil.
A decisão marca a transição das operações da Subway, anteriormente geridas pela SouthRock, que entrou em recuperação judicial no final de 2023, deixando centenas de trabalhadores sem receber suas verbas rescisórias.
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, ressaltou que a entidade já protocolou um ofício junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) há mais de dois meses, pedindo providências para garantir o pagamento dos direitos dos trabalhadores demitidos pela SouthRock.
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“É inadmissível que os trabalhadores continuem sem seus pagamentos enquanto as empresas trocam de CNPJ para se livrar das dívidas trabalhistas. Não vamos permitir que vidas sejam ignoradas dessa forma”, afirmou Patah.
O advogado da entidade, Alessandro Vietri, afirma que a maior preocupação da UGT é com os trabalhadores que foram demitidos pela SouthRock.
Cobrando a Subway
“Até hoje ex-empregados não receberam suas rescisões, FGTS e seguro-desemprego. O MPT já intimou tanto a Zamp quanto a Starbucks para apresentarem um planejamento de pagamento desses funcionários. Estamos analisando as petições apresentadas para garantir que todos os compromissos sejam honrados”, explicou o advogado da UGT.
Ginny Coughlin, representante da Service Employees International Union (SEIU) na América Latina, sindicato internacional que defende trabalhadores em redes de fast-food, destacou que essa prática de transição empresarial sem resolução das dívidas trabalhistas é comum em diversas partes do mundo. “Precisamos discutir globalmente esses comportamentos prejudiciais que afetam tanto os trabalhadores quanto as economias locais. Não podemos permitir que as empresas mudem de controle e deixem para trás dívidas trabalhistas, prejudicando as vidas de tantas pessoas.”
Rafael Guerra, representante da SEIU no Brasil, criticou o impacto social dessa transição sem a devida responsabilidade com os trabalhadores. “Estamos falando de pessoas que dependem desses pagamentos para sustentar suas famílias. Um exemplo é o caso de uma mãe solo que pode perder sua casa por não ter recebido a rescisão. Consciência social e respeito ao ser humano são o mínimo que se espera de empresas que querem se conectar com a população”, concluiu.
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