A cidade de São Paulo está com 1.777.539 famílias endividadas em junho, ou 49,6% do total, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
Comparado com o resultado de maio, o indicador ficou 1,6 ponto porcentual menor. Já em relação a junho do ano passado, a queda na proporção de endividados foi de 3,9 pontos porcentuais.
De acordo com os economistas da FecomercioSP, a diminuição do nível de endividamento na capital paulista pode ser justificada mais pela cautela dos consumidores na contratação de novos financiamentos do que pela melhoria dos indicadores econômicos.
A percepção de empresários e consumidores sobre a economia brasileira, inclusive, tem deteriorado mês após mês, conforme apontam as recentes pesquisas de confiança divulgadas pela Federação. Temerosos pelo cenário de inflação elevada, alta nas taxas de juros e menor crescimento da renda, os paulistanos passam a reduzir o apetite por crédito.
As famílias com contas atrasadas somaram, em junho, 13,6% do total – 0,9 ponto porcentual, menor que registrado em maio. Em junho de 2013, a proporção era de 14,6%. Na avaliação da assessoria econômica da Entidade, esses números demonstram o aumento da capacidade dos consumidores em honrar dívidas. Apenas 4,4% dos entrevistados disseram que não terão condições de pagar suas contas no próximo mês.
A maior parte dos financiamentos é de médio e longo prazos. Mais de um terço, ou 38,9% dos endividados, disseram ter compromissos com dívidas por período maior que um ano, 20,0% de três a seis meses; 19,5% por, no máximo, três meses; e 19,4%, entre seis meses e um ano.
A maioria das famílias endividadas (51,2%) tem entre 11% e 50% da renda mensal comprometida com contas. A seguir, com comprometimento do orçamento doméstico até 10%, ficaram 27,4% das famílias. Em situação mais crítica, com parcelas de financiamento que somam mais da metade da renda, estão 19,3% do total.
O cartão de crédito segue como principal meio para adquirir dívidas – 69,8% se endividaram dessa maneira. A proporção é bem maior que os carnês (14,2%), o crédito pessoal (11,8%), o cheque especial (6,3%) e o crédito consignado (4,8%). Os financiamentos de veículos e imóveis residenciais abrangem 20,1% e 12,9% do total, respectivamente.