Jogador nascido no Morumbi, ali no Portão 6, onde morava. Hoje técnico, Sidney Moraes entende que a nova geração sofre com o trabalho realizado nas categorias de base e, dentro desse contexto, cria-se um caminho sem volta.

“São muitos campeonatos na base e o treinador não pode fazer jogador, precisa fazer resultados. Antes, a ideia era formar atletas para chegar com 18 anos e ter cinco ou seis pra subir. Agora precisa de títulos. E, por trás, uma família que sonha com isso. Então, o garoto vira uma aposta”.

Sidney é de uma época em que a estrutura era menor, mas a régua da qualidade estava lá em cima. Sua formação foi ao lado de atletas como Fabiano, Fábio Aurélio, França, Edmilson, seus contemporâneos. “Se profissionalizou bastante, melhorou a condição para que possam crescer, com muito mais oportunidades no aspecto treinamento, campo, trabalho. A gente treinava na terra, mas vivenciar grandes jogos, já que morava no Morumbi, ajudou bastante. Minha geração era de qualidade técnica apurada”.

Para o treinador, o trabalho da base dos clubes do futebol brasileiro deixa a desejar e daí o não aparecimento de craques. “Muitos treinadores de Youtube não deixam o garoto desenvolver. Não é ficar falando pro menino, é deixar que ele faça, se vire numa jogada. Isso fazia a diferença”, explica o técnico, que foi comandado por Dario Pereyra, entre outros, nas categorias de base. “Hoje surgem bons jogadores sim, mas nenhum talentoso, craque incomparável, como Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Zico”.