da DW Brasil- Poucos minutos após o encerramento do primeiro turno de votação das eleições legislativas na França, projeções divulgadas neste domingo (30/06) apontam a ultradireitista Reunião Nacional (RN) na frente, com entre 33,2%, e 33,5% dos votos à Assembleia Nacional (câmara baixa do Congresso francês).

Logo atrás vem a coalizão de partidos de esquerda Nova Frente Popular (NFP), com entre 28,1% e 28,5% dos votos.

A coligação do presidente Emmanuel Macron, chamada Juntos, ficou em terceiro lugar, com entre 21% e 22,1%.

Os dados são de pesquisas de boca de urna divulgadas pelos canais de televisão franceses TF1 e France 2.

Se confirmados, os números sugerem um desempenho da RN em linha com o projetado pelas pesquisas, e indicam que a situação do presidente francês Emmanuel Macron, que ainda tem pouco menos de três anos pela frente no cargo, deve se tornar mais difícil. A Assembleia Nacional, onde ele já não tinha maioria desde 2022, pode travar seu governo.

Ultradireita larga na frente em eleição na França

No sistema semipresidencialista da França, o presidente e os membros do governo são eleitos separadamente. Um presidente depende de um primeiro-ministro indicado pelo Parlamento para assegurar a governabilidade.

Para obter a maioria absoluta e poder liderar um governo estável, um partido precisa de 289 das 577 cadeiras na Assembleia Nacional – antes da nova votação, Macron tinha apenas 250.

A taxa de comparecimento dos franceses às urnas foi de cerca de 65,5% – a maior dos últimos 40 anos.

O que acontece agora na França?

A real composição da Assembleia Nacional só será conhecida após o segundo turno, marcado para o próximo domingo, dia 7 de julho.

Pelas projeções das duas emissoras de TV, a RN teria entre 230 e 280 dos 577 assentos, seguida pela NFP com entre 125 e 200 das cadeiras, e, por fim, a coalizão de Macron com entre 60 e 100 deputados.

Por causa do sistema fragmentado de disputas, o resultado final da formação da Assembleia costuma ser difícil de prever.

A julgar pelos dados preliminares, nenhuma coalizão tem a maioria dos votos. Por isso, é de se esperar que muitos assentos ainda estejam indefinidos.

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O sistema eleitoral francês prevê disputas locais em dois turnos para definir os 577 assentos da Assembleia Nacional. Vencem no primeiro turno aqueles que obtiverem a maioria absoluta dos votos, desde que a taxa de comparecimento às urnas tenha sido de ao menos 25%. Quando isso não acontece, aqueles com mais 12,5% dos votos vão ao segundo turno – que pode envolver até três ou quatro candidatos.