O vereador de Santa Bárbara d’Oeste, Nilson Araújo Radialista (PSD), foi acusado pelo Ministério Público de falsa identidade, abuso de autoridade e uso indevido de símbolo da Polícia Civil.
Em outubro de 2021, Nilson Araújo teria se passado por policial civil para conseguir entrar no pronto-socorro Edison Mano. Segundo a acusação, assinada pela promotora Luciana Belo Steluti, o guarda do local afirmou que naquela data, o vereador chegou à unidade de saúde identificando-se como policial, exibindo no peito um distintivo similar aos usados por policiais civis. O funcionário, acreditando na informação, permitiu a entrada de Nilson.
LEIA TAMBÉM: Vereador de Santa Bárbara acusado de “rachadinha” na campanha
Já dentro da área de atendimento do Pronto Socorro, segundo o documento, Nilson foi alertado por uma funcionária do estabelecimento sobre a existência de uma recomendação do MP de que não era permitido a permanência no local de pessoas não autorizadas. Neste momento, Nilson se apresentou como vereador e afirmou que nesta condição poderia entrar e sair onde quisesse, bem como que queria que uma moça que estava em observação fosse atendida com “privilégios”.
Para a promotora, Nilson atribuiu-se de falsa identidade para conseguir entrar no pronto-socorro e fez uso de símbolo identificador (falso) de uso exclusivo da polícia civil e após ser descoberta sua real identidade, usou do cargo de vereador para para impor sua permanência no local.
Ainda segundo a denúncia do MP, que pede a qualificação e indiciamento do vereador, Nilson recusou um acordo proposto pela promotoria. No acordo recusado pelo parlamentar, era proposto o pagamento de prestação pecuniária no valor de 2 salários mínimos, que seriam destinados ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
O caso será analisado pela juíza Camila Marcela Ferrari Arcaro, da 1ª Vara Criminal, que decidirá se vai aceitar a denúncia proposta pelo Ministério Público.
Nilson Araújo também enfrenta um processo na Câmara Municipal por suposta “rachadinha” durante a campanha eleitoral. O caso aguarda um parecer da Comissão de Ética.
O vereador se posicionou; veja a nota oficial:
“o vereador Nilson Araújo Radialista através de sua assessoria informou a imprensa que houve uma manifestação da munícipe implorando por atendimento médico onde a mesma havia comentado que teria ido até o Pronto Socorro Edison Mano pela terceira vez e sempre era liberada. Porém sentia muitas dores abdominais, conforme consta no processo. A munícipe entrou em desespero e postou seu caso nas redes sociais e o parlamentar ficou sabendo e se propôs a orientá-la momento que foi até a unidade de saúde e conversando com os profissionais do pronto socorro para entender o que estava ocorrendo. Em momento algum houve desordem por parte do vereador. Ao contrário ele foi com a intenção de ajudar a administração municipal e orientar a paciente. A própria paciente disse em depoimento chorando, caso o vereador não tivesse comparecido ao Pronto Socorro, ela não saberia o que poderia ter ocorrido com naquele momento. Pois foi constatada uma pedra em seu rim, como mostrou em exame realizado e no dia seguinte foi submetida a cirurgia.
Mediante as acusações que constam no processo por parte da administração municipal, o vereador não aceitou o ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, um direito por lei constituído a qualquer cidadão.
Ele acredita que as acusações se dão por conta de perseguição política.
“Vou defender o povo, com dignidade, fui eleito para isso. O povo é o nosso patrão, é o povo que paga o nosso salário. Se querem tentar impedir e constranger nosso trabalho como fiscalizadores do povo, vamos até o fim, minha bandeira é a saúde e vai continuar sendo a saúde, nos termos da lei não fui eleito para ficar de braços cruzados.” finaliza o vereador.